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Deloitte escolhe Portugal para dois centros tecnológicos e gera até 2 mil empregos

Em três ou quatro anos, a consultora internacional espera criar entre 1.500 a 2.000 postos de trabalho no país. O investimento é feito em "dois centros de excelência" vocacionados para a inovação e transformação digital.

17 de Novembro de 2021 às 12:02
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A Deloitte escolheu Portugal para instalar dois novos centros tecnológicos e de transformação digital, prevendo criar entre 1.500 e 2.000 postos de trabalho nos próximos quatro anos.

A criação dos centros de excelência "Global Technology Solutions" e "Global Telecom Networks", destinados a "desenvolver soluções tecnologicamente complexas, com forte caráter de inovação e de altíssimo valor acrescentado", foi anunciada, esta quarta-feira, pelo CEO da Deloitte Portugal, António Lagartixo, numa cerimónia que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, mas sem que tenham sido revelados valores de investimento.

A aposta em Portugal vai levar a um alargamento da rede nacional de escritórios que, além de Lisboa, Porto e Viseu, vai chegar, no próximo ano, às cidades de Braga, Coimbra, Faro, Leiria e Setúbal.

Portugal superou mais de uma centena de geografias onde a multinacional tem presença ao conseguir atrair para si 

um projeto "muito apetecível", o que, na perspetiva do CEO da Deloitte Portugal, António Lagartixo, se deve, desde logo, à qualidade dos recursos humanos. "Temos demonstrado ter profissionais bem formados com capacidade técnica acima da média", "muito ligada à exigência do sistema de ensino", o que juntando à "capacidade de adaptação dos portugueses de lidarem com outras culturas foi também considerado um fator "muito relevante".

A pesar na decisão da Deloitte de escolher Portugal como destino da nova aposta estiveram ainda os atributos do país e, no caso em particular, as infraestruturas - tanto físicas como digitais - que disponbiliza. "Precisamos de infraestruturas de comunicações e, de facto, é reconhecido que temos um conjunto de redes e infraestruturas que fazem inveja a outros países mais desenvolvidos", realçou António Lagartixo.


"Esperamos que este investimento e aposta no nosso país seja sinal muito claro de que tem imenso talento e de que os portugueses são realmente capazes de fazer coisas bem feitas", sublinhou.

Os dois centros de excelência, os "primeiros a nível mundial da Deloitte", vão trabalhar de Portugal para o mundo com "especial foco em toda a Europa e na América do Norte".

O Global Technology Solutions Centre of Excellence vai atuar em três grandes áreas que vão desde o desenho e conceptualização de soluções tecnológicas e de transformação digital, até ao apoio tanto na entrega e implementação de projetos complexos de implementação tecnológica e transformação digital, como na operação e gestão de plataformas tecnológicas de clientes a nível global.

Descrito como "um centro integrador de competências, que une a tecnologia às pessoas, respondendo aos principais desafios do mercado", vai combinar, segundo a Deloitte, "a excelência dos profissionais portugueses com o 'know-how' de outras geografias" da consultora num projeto em que alianças estratégicas de parceiros das áreas tecnológicas jogam um papel "determinante".

Já o Global Telecom Networks Centre of Excellence, recorrendo às tecnologias mais recentes, com o 5G, WiFi 6,

SD-WAN, vai centrar-se no desenho, implementação e operação de redes empresariais que respondam aos cada vez mais exigentes requisitos de negócio das empresas e alojar, inclusive, o "primeiro laboratório a nível mundial da Deloitte destinado à prototipagem de soluções sectoriais baseadas em 5G". Terá também acoplado um centro de desenvolvimento de soluções de cibersegurança pensado para ajudar as organizações (inclusive as que operam à escala global) a mitigar e a combater riscos associados às suas operações, que vai trabalhar de maneira integrada com as outras unidades a nível mundial.

Para o primeiro-ministro, o facto de a Deloitte Portugal ter sido "suficiente competititiva" para atrair os dois centros de excelência para o país abre caminho ao "melhor 'pitch'": "Portugal tem talento, infraestruturas e inovação". "Estes são, de facto, ingredientes para sermos competitivos à escala global e para podermos atrair novas oportunidades, que criem postos de trabalho para a geração mais qualificada de que o país alguma vez dispôs", sublinhou António Costa, para quem o "maior desafio" que Portugal enfrenta atualmente reside no risco de saída de talentos.

"Estes dois centros de excelência são exemplos ilustrativos do que podemos fazer", assinalou o primeiro-ministro, apontando que "pela primeira vez" Portugal tem "uma nova geração que tem nível de qualificação que já se aproxima do nível médio de qualquer país da União Europeia", o que, por um lado, constitui uma "oportunidade extraordinária", mas, por outro, "impõe novas exigências". 


Nesse sentido, defende, "o Estado tem de continuar a investir na formação". A meta - apontou - é a de aumentar, até 2026, a  formação em ciências, tecnologias, artes ou matemática, o que significará formar "mais dez mil pessoas do que atualmente" nesses domínios. Desde logo porque na equação entra também a "outra dimensão" da transformação digital que passa "descontinuar de muitas atividades", o que implica um "esforço na requalificação" para que ninguém seja deixado para trás.

"Se conseguirmos disciplinadamente prosseguir este esforço, vamos conseguir transformar o perfil económico do país", afirmou, apontando que este "não muda com varinhas mágicas" e que "os salários sobem se houver mais emprego qualificado". "Há mais emprego qualificado se as empresas tiverem capacidade para atrair para Portugal a produção de serviços e bens com maior valor acrescentado, aumentando a competitividade e assim progredindo", observou.

"Estas transformações exigem persistência e não andar para trás nem hesitações", alertou.







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