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Buscas na Samsung e fundo de pensões devido a escândalo político

As rusgas tiveram lugar na sequência do escândalo político sobre a alegada interferência de Choi Soon-sil, uma amiga íntima de Park Geun-hye, nos assuntos de Estado, apesar de não desempenhar qualquer cargo público.

Bloomberg
23 de Novembro de 2016 às 07:29
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Escritórios da Samsung e do fundo nacional de pensões da Coreia do Sul foram esta quarta-feira, 23 de Novembro, alvo de buscas no âmbito da investigação ao escândalo de suposta corrupção e tráfico de influências que envolve a Presidente do país, Park Geun-hye.

 

Representantes da Samsung, o maior grupo empresarial da Coreia do Sul, e do Serviço Nacional de Pensões, confirmaram as rusgas aos seus escritórios em Seul.

 

O Escritório de Gestão de Investimento do terceiro maior fundo de pensões do mundo foi o alvo do raide, indicou fonte do Serviço Nacional de Pensões, sob a condição de anonimato.

 

Lim Bomi, porta-voz da Samsung declinou explicar por que razão uma unidade do grupo foi alvo de rusgas.

 

As rusgas tiveram lugar na sequência do escândalo político sobre a alegada interferência de Choi Soon-sil, uma amiga íntima de Park Geun-hye, nos assuntos de Estado, apesar de não desempenhar qualquer cargo público.

 

O Ministério Público acusou formalmente Choi Soon-sil e dois antigos assessores da Presidente, de terem pressionado mais de 50 empresas do país para doarem 65,7 milhões de dólares (62 milhões de euros) a duas fundações.

 

Além disso, neste âmbito, considerou que a Presidente desempenhou um papel "considerável" no caso de alegada corrupção e tráfico de influências.

 

Hoje o gabinete da presidência da Coreia do Sul indicou que o ministro da justiça e o secretário da presidência para os assuntos civis apresentaram as suas demissões, as quais não foram aceites pela Presidente.

 

A par com os crescentes pedidos de demissão da Presidente devido ao escândalo tem aumentado a indignação pública relativamente à Samsung por causa das suas alegações ligadas ao chamado caso "Choi Soon-sil gate".

 

Não é, contudo, a primeira vez que o gigante sul-coreano é alvo de rusgas por parte das autoridades no quadro da investigação ao caso, já que ainda no início do mês tal sucedeu.

 

Segundo a agência noticiosa sul-coreana Yonhap, as autoridades tentam apurar se o gabinete da presidência teve algum papel no voto do serviço de pensões de apoio à controversa fusão de duas empresas do grupo Samsung.

 

A Samsung conquistou, à risca, a aprovação dos seus accionistas para fundir a Samsung C&T e a Cheil Industries em julho do ano passado.

 

Muitos investidores e analistas questionaram o argumento da Samsung de que o negócio visava criar sinergias entre a firma de construção da Samsung com outra empresa do grupo que gere um parque de diversões e negócios relacionados com moda.

 

A fusão era crucial para o herdeiro da Samsung -- Lee Jae-yong --, que detém uma pequena participação na Samsung Electronics. A operação ajudou Lee, neto do fundador da Samsung e vice-presidente da Samsung Electronics, a fortalecer o seu controlo sobre a 'jóia da coroa' do grupo, sem gastar o seu próprio dinheiro.

 

Os accionistas que se opuseram à fusão -- incluindo o fundo de investimento norte-americano Elliott -- afirmaram que o negócio beneficiava injustamente as famílias fundadoras da Samsung e prejudicava os accionistas minoritários.

 

No final, foi o Serviço Nacional de Pensões, um dos principais accionistas, tanto da Samsung C&T como da Cheil Industries, que desempenhou um papel crucial na votação, apoiando a fusão apesar de recomendações de consultores externos para que se opusesse ao negócio.

 

O fundo de pensões passou então a ficar sob escrutínio por causa da forma como chegou à decisão de apoiar a controversa fusão e a indignação pública aumentou nas últimas semanas depois de uma estimativa ter revelado que o valor da participação do fundo de pensões na Samsung C&T -- a entidade resultante da fusão -- diminuiu em centenas de milhões de dólares.

 

Em resposta às alegações de que o fundo de pensões cedeu a pressões do gabinete da presidência para apoiar a fusão, o Serviço Nacional de Pensões afirmou que a sua decisão teve por base uma análise independente do efeito da operação em linha com as suas próprias políticas.

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