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Apostas online ilegais em cafés na mira das autoridades

As autoridades fiscalizadoras portuguesas têm vindo a investigar uma nova práctica fraudulenta nas apostas online: a venda de passwords para sites ilegais em estabelecimentos comerciais, principalmente cafés.

07 de Maio de 2018 às 11:13
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A venda de passwords para sites ilegais em estabelecimentos comerciais, principalmente cafés, é uma das novas tendências nas práticas fraudulentas nas apostas online, refere a edição desta segunda-feira do Diário de Notícias (DN). Em causa estão milhões de euros em fuga ao fisco.

O jornal indica que vários estabelecimentos comerciais, em particular cafés, vendem passwords aos jogadores, que fazem o login em sites idênticos aos das casas de apostas legalizadas.

O facto de o acesso aos sites poder ser feito a partir de dispositivos como computadores portáteis, tablets ou smartphones dificulta a acção das autoridades fiscalizadores, disse ao DN uma fonte da Unidade de Acção Fiscal da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Esta prática penaliza o Estado em vários milhões de euros em impostos que ficam por cobrar.

"Temos notado que os esquemas fraudulentos estão cada vez mais complexos, com recurso a plataformas electrónicas, que conseguem gerar lucros muito maiores", disse ao jornal fonte da Unidade de Acção Fiscal.

"É quase como se [o apostador] estivesse a jogar em casas de apostas online legais. Este sistema ilegal dá para jogar slot machines, fazer as apostas e não só no futebol. Também pode ser póquer, corridas de cavalos, etc.", explicou a fonte.

Estas prácticas estão disseminadas por todo o território nacional e é difícil estimar os lucros que geram e os impostos que ficam por cobrar, acrescentou.

"O jogador vai ao estabelecimento em que o dono tem o perfil de administrador e este cria uma conta para o cliente, que paga 10, 20 ou 30 euros e fica com esse crédito. A partir daí pode jogar onde quiser e se tiver prémios vai recebê-los junto de quem lhe criou a conta", detalhou um investigador ouvido pelo DN.

"O lucro é muito grande e as coimas pequenas. Por vezes rondam os 500 a 600 euros", sublinhou.

Nos dois últimos anos, a Unidade de Acção Fiscal da GNR desmantelou três redes que alcançaram receitas brutas de 35 milhões de euros, uma das quais teria mesmo facturado 17 milhões de euros em apenas um ano.

O jornal refere que o jogo online legal em Portugal gerou 122,5 milhões de euros em receitas brutas no ano passado e que o Estado arrecadou 54,3 milhões de euros em impostos, segundo dados do Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos.

Desde Janeiro, a Unidade de Acção Fiscal já detectou 80 crimes de exploração ilícita de jogo.

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