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Estados Unidos vão impor restrições de visto a vários responsáveis da Huawei

Os Estados Unidos vão impor restrições aos vistos a vários responsáveis do gigante chinês de telecomunicações Huawei, acusado por Washington de potencial espionagem em benefício de Pequim, anunciou hoje o secretário de Estado norte-americano.

Reuters
15 de Julho de 2020 às 16:37
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Segundo Mike Pompeo, que falava numa conferência de imprensa, as restrições afetam não só responsáveis da Huawei como também de outras empresas chinesas que "deem apoio material" aos governos de todo o mundo que cometam violações aos direitos humanos.

"O Departamento de Estado [norte-americano] vai impor restrições aos vistos a vários funcionários de empresas tecnológicas chinesas, como a Huawei, por darem apoio material a regimes que comentem violações aos direitos humanos em todo o mundo", sublinhou Mike Pompeo.

O secretário de Estado norte-americano advertiu que os funcionários que estejam a fornecer apoio material a regimes que violam os direitos humanos serão alvo de sanções.

"As empresas englobadas na decisão de hoje incluem a Huawei, 'braço direito' da vigilância de Estado do PCC [Partido Comunista Chinês] que censura os políticos dissidentes", referiu Pompeo.

"As empresas de telecomunicações de todo o mundo ficam desde já avisadas: se fizerem negócios com a Huawei estarão a fazer negócios com abusadores dos direitos humanos", frisou o chefe da diplomacia norte-americana.

Por saber está o número de funcionários que poderão ser afetados com a decisão. A Huawei, no respetivo portal, adianta que a empresa conta com 194.000 trabalhadores em mais de 170 países.

Terça-feira, o Governo britânico decidiu banir a Huawei da infraestrutura de redes de quinta geração (5G) do Reino Unido até ao final de 2027, medida que, mais tarde, a empresa chinesa considerou "dececionante".

Desta forma, as operadoras de telemóvel britânicas vão ter de remover todo o equipamento da empresa chinesa usado na infraestrutura de telecomunicações 5G até ao final de 2027.

A decisão foi tomada numa reunião do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, como resposta a sanções impostas pelos Estados Unidos à Huawei em maio.

A partir de 01 de janeiro de 2021 passa a ser proibida a compra de qualquer novo equipamento 5G da Huawei e o existente nas redes de telemóvel britânicas terá de ser completamente removido até o final de 2027, anunciou o ministro da Cultura, Oliver Dowden.

As sanções dos EUA também afetam os produtos Huawei usados nas redes de banda larga de fibra ótica do Reino Unido, pelo que as operadoras deste setor também vão ter de deixar de usar a empresa chinesa como fornecedora.

A Huawei opera no Reino Unido há mais de 20 anos e esteve envolvida no desenvolvimento das redes 2G, 3G e 4G, sendo o equipamento considerado mais barato e avançado do que o dos concorrentes, mas os EUA alegam que a empresa representa uma ameaça devido à sua alegada proximidade ao regime chinês.

"Esta decisão dececionante é uma má notícia para qualquer pessoa no Reino Unido com um telemóvel", apontou o porta-voz da empresa em Inglaterra, Edward Brewster, em comunicado.

Brewster considerou que a decisão do Governo britânico "ameaça colocar o país na pista lenta digital, aumentar os custos e aprofundar o fosso digital", salientando ainda que, em vez de subir de nível, o Governo está a descer de nível".

A empresa lamentou que o seu futuro no Reino Unido esteja a ser "politizado" e considerou que a decisão de Londres obedece à política comercial dos Estados Unidos e não a questões de segurança.

"Nos últimos 20 anos, a Huawei concentrou-se na construção de um Reino Unido mais bem conectado. Como empresa responsável, continuaremos a apoiar nossos clientes como sempre fizemos", assegurou.

Na conferência de imprensa de hoje, o chefe da diplomacia norte-americana, por outro lado, saudou a decisão do Governo britânico de cortar os laços com a empresa chinesa e anunciou que visitará o Reino Unido e a Dinamarca na próxima semana.
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