Notícia
Portugal firma acordo de cooperação e internacionalização de start-ups com o Brasil
O Governo de Portugal firmou um memorando de cooperação para o desenvolvimento e a internacionalização de start-ups com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o maior sindicado patronal do Brasil.
O memorando assinado na quarta-feira, 16 de Novembro, pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, prevê acções bilaterais de cooperação técnica, incentivo à participação de empresas dos dois países em eventos de startups e a elaboração de directrizes para estimular o investimento de incubadoras e empresários do Brasil e de Portugal nestas companhias.
"Esta colaboração e os incentivos que estamos a criar vão dar mobilidade às start-ups. Num futuro próximo poderemos ter empresas portuguesas a desenvolverem negócios interessantes no Brasil ou a serem apoiadas financeiramente pelas incubadoras que actuam aqui [no Brasil]. Também poderemos ter empresas brasileiras que querem desenvolver acções no mercado europeu indo para Portugal", explicou.
O representante do Governo destacou que para incentivar tais negócios inovadores, criados por empreendedores que "serão responsáveis por grandes mudanças no futuro", será necessário construir pontes com empresas e instituições privadas. "Este é o caso deste memorando que assinamos com a Fiesp, que também é uma referência em todo o Brasil", afirmou.
Caldeira Cabral também lembrou que as parcerias de Portugal com o Brasil na área de inovação são discutidas há algum tempo, citando encontros que teve com o ministro brasileiro da Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, em Brasília e em Macau.
O ministro disse que pretende apoiar um evento de start-ups realizado no Brasil chamado Acelera, que pretende divulgar em Portugal. E afirmou também que deseja trazer mais empresa inovadora do Brasil ao Web Summit Lisboa.
Questionado pela agência Lusa sobre a afirmação do primeiro-ministro, António Costa, que em Outubro destacou, no Brasil, que os empresários dos dois países devem deixar de apenas falar e passar a transformar em negócios o bom relacionamento estabelecido há muitos anos, Caldeira Cabral mostrou-se optimista e disse que algumas parcerias já estão a passar do campo das ideias para o das acções.
"Este memorando que assinámos hoje e o que assinámos no Rio de Janeiro [em Setembro passado] são concretizações da abertura das portas [entre Brasil e Portugal], que vão permitir uma colaboração maior para promover o empreendedorismo", afirmou.
Este protocolo com a Fiesp não foi o primeiro convénio firmado com uma instituição brasileira, uma vez que em Setembro passado a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado da Indústria de Portugal já haviam assinado um acordo semelhante.