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Líder do porco ibérico entra na start-up tecnológica FarmControl
A dona da Montibérico investiu na jovem empresa especializada em zootecnia de precisão. A participada pela Portugal Ventures vai aumentar a equipa comercial, espera reforçar em Espanha e quer entrar na França e Alemanha.
A Sirculo Investimentos, uma "holding" que detém várias empresas nas áreas de agro-pecuária, gestão de património e investimento imobiliário, acaba de entrar na estrutura accionista da tecnológica FarmControl, já presente em mais de uma centena de explorações de suínos, aves e bovinos.
Sem divulgar a percentagem ou os montantes envolvidos, a directora de vendas da FarmControl, Francisca Martins, disse ao Negócios que esta "é uma parceria natural", dado que o grupo detentor da Montibérico – produz anualmente 13.000 animais e exporta quase tudo para Espanha –, "tem conhecimento sobre o sistema" e "também vê com bastante importância as questões da inovação".
Monitorizar e controlar em tempo real variáveis como ração ou água; criação de regras automáticas para poupança energética; controlo de equipamentos críticos como os de ventilação, iluminação ou frigoríficos; análise de dados de produção e integração com outros softwares. Estas são as principais valências da solução tecnológica para agricultura e agro-pecuária disponibilizada por esta empresa, criada em 2014.
Com sede em Lisboa e uma equipa de cinco elementos a tempo inteiro, que combina a experiência em produção animal e desenvolvimento de software, a FarmControl está presente em seis países: Portugal, Espanha, Croácia, Bélgica, Angola e também Brasil, onde na próxima semana estará para participar numa feira. Além do reforço da equipa comercial, com este investimento, Francisca Martins antecipa "uma maior progressão no mercado espanhol" e a entrada em novos mercados, destacando a Alemanha e a França.
Figos e vinhos entre capital de risco
A Sírculo Investimentos tem na génese um grupo industrial com meio século de experiência na transformação animal e, ainda na área agrícola, tem interesses também na fruticultura (figos) e nos vinhos, detendo uma propriedade a 20 quilómetros de Estremoz. "Convicto de que o futuro do desenvolvimento agrícola passa pela utilização de ferramentas tecnológicas", Carlos Silvestre fala numa "aposta [com] condições para ter sucesso".
"Desde a primeira hora que acompanhamos este projecto e pensamos que podemos também contribuir, com a nossa experiência no terreno, para o desenho de novas soluções, que aumentem a rentabilidade das explorações. Temos elevadas expectativas que, no caso de se concretizarem, poderão levar-nos a outro patamar de participação", acrescentou o presidente do grupo, citada numa nota de imprensa.
A Sírculo junta-se assim a outros investidores privados que se uniram para fundar este projecto – entre eles António Correia, da Intersuínos, que é o presidente executivo da FarmControl – e também à Portugal Ventures. A sociedade de capital de risco, que gere 213 milhões de activos e acaba de eleger Rita Marques para a presidência, participou numa ronda de financiamento desta start-up em Julho do ano passado.
"Já existia uma relação de muito respeito e confiança entre as pessoas de ambas as empresas, que agora também se consolida neste projecto comum ao qual a Sírculo irá, com certeza, trazer uma mais-valia estratégica, sobretudo na área da produção de porco ibérico onde são líderes em Portugal", conclui o co-fundador e CEO da Farmcontrol, António Correia, no mesmo documento divulgado esta segunda-feira, 23 de Abril.