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Depois do papel e dos cimentos, Semapa entra nas start-ups

A Semapa Next é o braço do grupo presidido por Pedro Queiroz Pereira para a área do capital de risco. Esta segunda-feira, começa mesmo um programa para start-ups onde espera investir 1 milhão por ano em 10 empresas.

23 de Julho de 2018 às 11:05
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O grupo Semapa tem uma nova área de negócio: investimento em start-ups. Para isso, há já uma empresa, a Semapa Next, cuja primeira acção é o lançamento de um programa com a norte-americana Techstars em que, por ano, vai tentar ajudar empresas mundiais em fase inicial da sua vida a crescer.

 

A Semapa Next é a quarta área de negócios para um grupo que está em três sectores: pasta e papel (Navigator, antiga Portucel); cimentos (Secil) e ambiente. "No conjunto do Grupo Semapa, [o novo ramo] tem uma importância contida", comenta João Castello Branco, o presidente executivo, referindo-se ao peso deste segmento de mercado. A empresa deste segmento da tecnologia tem 30 milhões para investir em empresas num horizonte de três anos, o que compara com o volume de negócios de 508,7 milhões de euros gerados pela "holding" Semapa só no primeiro trimestre deste ano.

De qualquer forma, não é a parte dos activos que interessa ao grupo. "Não podíamos ficar de fora deste movimento", justifica o CEO do grupo em conferência de imprensa – um evento não usual para o grupo presidido por Pedro Queiroz Pereira – para a aposta neste investimento em apostas de capital de risco. Castello Branco lembra que olhar, hoje, para as classificações de maiores empresas do mundo ou regionais é olhar para empresas tecnológicas. 

 

A Semapa Next tem 30 milhões para investir directa e indirectamente em start-ups ou em fundos que investem nestas empresas. "Queremos ser um investidor em start-ups de forma horizontal, para além do nosso portefólio", assume Ricardo Pires, administrador executivo da Semapa e que preside à Semapa Next.

 
Candidaturas para 120 mil dólares começam esta segunda

Três milhões dessa carteira (10% do total) serão para aplicar num programa de aceleração de três anos que se inicia esta segunda-feira. É uma parceria com a norte-americana Techstars, representada por Hugo Augusto em Portugal. 

 

O programa inicia-se esta segunda-feira, com o prazo para as candidaturas, que se estende até 11 de Novembro. A 4 de Março começa o programa. Haverá uma viagem junto de hubs tecnológicos, em busca de empresas interessadas e que interessem ao grupo, de onde sairão as 10 escolhidas. Na aceleração das 10 empresas, o grupo investirá um máximo de exactamente 120 mil dólares por start-up (102 mil euros, ao câmbio actual). 

O programa irá estender-se, depois, por 13 semanas, onde o grupo pretende envolver os seus trabalhadores - "desde os conselhos de administração até pessoas da linha, sobretudo no mentoring [aconselhamento e acompanhamento profissional)", sublinha Castello Branco. 

 

Se a Semapa Next pretende investir em áreas para além do seu grupo, o programa de aceleração está direccionado. Aliás, um dos três ramos de investimento é claramente dirigido para start-ups que se integrem no portefólio do grupo Semapa e que podem aportar inovação para o grupo.

 

Na escolha das start-ups a apostar neste programa de aceleração, haverá em atenção três ramos: tecnologia industrial e ambiental; logística inteligente; e viagens e lazer. A primeira é claramente uma forma de a Semapa poder receber contributos para a melhoria dos sistemas e modelos de trabalho, a que se junta também a segunda, já que a logística é uma área importante para o grupo industrial.  

 

O grupo não tem ilusões de que as empresas de que passe a ser sócio venham a mudar o grupo nos próximos dez anos. Mas talvez o faça nos próximos 20 ou 30, admite o CEO.

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