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Depois de lucros de mais de 90 milhões, vai Airbnb entrar em bolsa este ano?

Fontes da agência Bloomberg, indicam que a start-up norte-americana obteve no ano passado lucros de 93 milhões de dólares e receitas na casa dos 2,6 mil milhões de dólares. Vai a plataforma de aluguer de casas dar o passo seguinte e entrar este ano em bolsa?

Reuters
07 de Fevereiro de 2018 às 12:00
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A Airbnb, start-up que tem uma plataforma (com o mesmo nome) que permite o aluguer de casas por períodos curtos de tempo, obteve lucros de 93 milhões de dólares no ano passado e receitas na casa dos 2,6 mil milhões de dólares, segundo revelaram fontes à Bloomberg.

Não é inédito uma start-up, atingindo um determinado grau de maturidade, ponderar a hipótese de entrar no mercado de capitais, dispersando assim uma parte do seu capital em bolsa. É isso que a Airbnb vai fazer este ano?

Depois dos resultados relativos ao ano passado, alguns trabalhadores da empresa, ouvidos pela agência de informação, acreditam que estão reunidas as condições para o lançamento de uma oferta pública inicial (IPO na sigla em inglês). Mas não é uma opinião universal. A administração descarta esse cenário.

O co-fundador e CEO, Brian Chesky (na foto), informou o director financeiro da empresa que a Airbnb não ia dar início ao processo de entrada em bolsa este ano. Algo que, segundo conta a agência, apanhou de surpresa Laurence Tosi que já havia iniciado contactos com investidores nesse sentido.

O mal-estar entre os dois não era recente, havendo relatos de desentendimentos tanto em questões grandes como pequenas. Um dos temas em que havia mais pontos de discórdia está relacionado com o desejo de Tosi comprar empresas, enquanto o CEO prefere que as inovações sejam desenvolvidas internamente. Um caso concreto foi as negociações, desenvolvidas em Dezembro pelo director financeiro, com vista à compra da FlipKey, o negócio de aluguer de casas da TripAdvisor.

A operação não foi avante. Uns dizem que o CEO da Airbnb decidiu não dar seguimento à operação, sendo que os motivos que podem ter levado a essa decisão não foram esclarecidos, escreve a Bloomberg. Outros referem que o CEO nunca levou esta possibilidade a sério. Independentemente disso, esta posição de Chesky terá deixado Tosi furioso, relata a Bloomberg.

E o que se seguiu não colocou água na fervura. Chesky decidiu nomear entretanto Belinda Johnson para o cargo de directora de operações (COO) – posto que Tosi esperava obter antes do IPO – algo que está a ser visto como uma forma de levar o director financeiro a deixar a empresa. 

"A liderança sénior e o conselho de administração da empresa têm estado alinhados e a empresa nunca teve planos para abrir o seu capital em 2018", disse Nick Papas, porta-voz da Airbnb, citado pela agência. "Qualquer indivíduo, actualmente ou no passado, que esteja associado com a empresa e que ocupasse numa posição que lhe permita ter conhecimentos, que tenha comunicado que a empresa tinha planos para abrir o seu capital em 2018, tem estado a apresentar mal os factos", acrescentou.

Laurence Tosi nunca se terá enquadrado bem na empresa. E apesar de ter quatro investidores disponíveis para estudarem a possibilidade de um IPO, tanto os fundadores como os funcionários da start-up (que têm acções da mesma) têm poucos incentivos para apoiarem um IPO. Além disso, a capital de risco Sequoia Capital, uma das grandes accionistas com uma participação de 13%, também não apoia uma entrada em bolsa este ano, possivelmente acabando por ser um aliado de Chesky.

No ano passado, surgiram várias notícias que indicavam que os japoneses do Softbank estavam interessados em adquirir uma participação no Airbnb, o que daria à start-up a possibilidade de manter-se como empresa privada. É prática comum do investidor nipónico comprar acções aos accionistas existentes – algo que fez quando investiu na Uber – o que diminuiu a urgência de entrar em bolsa.

Mas o Laurence Tosi, referem fontes à Bloomberg, recusou no mês passado essa possibilidade, alegando que a firma não precisava do dinheiro uma vez que o negócio é rentável e que tinha reservas de cash que ascendiam a 5,5 mil milhões de dólares.

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