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Comunidade de blockchain leva start-ups a levantarem mais de 1,1 mil milhões de euros

Um relatório noticiado nas últimas horas indica que, durante este ano, start-ups já conseguiram angariar mais de 1,1 mil milhões de euros através de “initial coin offerings”, ou seja, uma espécie de comunidade crowdfunding do blockchain.

Bloomberg
Negócios 18 de Julho de 2017 às 12:00
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Desde o início do ano que start-ups tecnológicas angariaram quase 1,3 mil milhões de dólares – mais de 1,1 mil milhões de euros ao câmbio actual – através de "initial coin offerings" – uma espécie de crowdfunding levado a cabo pela comunidade de blockchain (tecnologia subjacente às bitcoins e que cada vez mais está a ser estudada para ser usada por outros sectores), revela o estudo da Autonomous, empresa de investigação financeira, citada pelo Financial Times (FT).

Este documento não deixa, contudo, clara uma questão: se este volume de financiamento se trata de uma bolha ligada às moedas como é o caso da bitcoin ou se representa uma mudança na forma como as start-ups angariam capital. O jornal britânico explica que, o "initial coin offerings" (ICO) é utilizado por uma empresa que está focada nesta tecnologia blockchain e que vende moedas ou fichas. Com essas fichas é frequentemente permitido aos investidores terem acesso ao software ou ao serviço que a start-up está a desenvolver.

Ao contrário do que acontece, por exemplo, com uma start-up que levanta capital através de capital de risco, neste caso os investidores não ficam com nenhuma participação na empresa ou direitos de voto. A angariação de capital é feita de forma célere – cerca de 30 minutos, aponta a mesma fonte.

A empresa que desenvolveu o estudo alerta para o facto de "muitos ICO serem fraudulentos e têm a intenção de tirar vantagem da excitação que existe no ecossistema" bem como "da falta de uma protecção aos consumidores".

A Autonomous calculou que através deste método tenham sido levantados 222 milhões de dólares (mais de 193 milhões de euros). E até à segunda semana de Julho foram realizadas 56 vendas de fichas, levantando no total 1,27 mil milhões de dólares (mais de 1,10 mil milhões de euros no câmbio actual).

Lex Sokolin, autor deste relatório, compara este fenómeno das ICO com a bolha das dotcom, em 1999/2000.

Os riscos das ICO

Há dias, um artigo no The Guardian apontava que, depois das bitcoin, a "next big thing" no mundo das criptomoedas era as ICO. Tratam-se basicamente de uma campanha de financiamento colaborativo para start-ups que usam estas moedas e estão, frequentemente, baseadas na plataforma Ethereum.

A empresa que lança a campanha vai fazer com que a moeda suba para ficar com um elevado montante que possa leiloar. A única maneira de haver um retorno do investimento, aponta o artigo da publicação, é se a moeda valorizar.

Quanto aos riscos, para os investidores são elevados. Muitas vezes, estes leilões são realizados por empresas que não existem. Para as empresas, por sua vez, esta solução também não é isenta de riscos. Não é claro que estas moedas sejam legais, aponta a publicação.

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