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Chefias tiveram os maiores aumentos salariais em 2014

O ordenado de operários e comerciais não acompanha a subida para administradores e directores. A entrada de trabalhadores mais mal pagos, incluindo recém-licenciados, pressiona até reduções salariais em termos absolutos.

Bloomberg
04 de Setembro de 2014 às 00:01
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Os administradores e os directores de primeira linha obtiveram este ano a maior variação salarial (3,31% e 1,64% respectivamente) nas empresas portuguesas. Analisados de forma agregada, os números apontam para incrementos reais no conjunto dos salários dos trabalhadores – para chefias intermédias, quadros técnicos e administrativos os aumentos foram mais ligeiros –, embora a decomposição por nível funcional mostre que houve mesmo variações negativas nos ordenados dos comerciais (-0,14%) e dos operários (-1,4%).

 

As conclusões constam do estudo "Mercer Total Compensation Portugal 2014", que analisou 106.445 postos de trabalho em 302 empresas presentes no mercado português. O responsável pela área de estudos de mercado da consultora, Tiago Borges, lembrou a tendência para, nos períodos de crise, serem os cargos de maior responsabilidade a sofrer "uma maior penalização" nos salários. E a merecer depois "aumentos mais acentuados em períodos de recuperação da actividade económica", citando as previsões de Bruxelas para o crescimento de 1,2% do PIB português no fecho deste ano.

 

Já a diminuição, em termos absolutos, dos níveis salariais de algumas funções e níveis funcionais é uma "ocorrência que não é comum", mas que continuou a verificar-se em 2014 devido à entrada de colaboradores com níveis salariais mais baixos. Os operários e os funcionários do departamento comercial e de vendas, ou seja profissionais indicados com menor nível de responsabilidade, foram os mais penalizados por este fenómeno.

 

Entre esses novos trabalhadores, que ganham menos, estão os recém licenciados, cujo salário base anual no seu primeiro emprego situa-se maioritariamente entre os 12.600 e os 18.075 euros. Foi a primeira vez que os níveis salariais deste grupo específico foram analisados neste estudo anual da Mercer, que reconhece que, com estes ordenados, reter e motivar os melhores talentos na empresa "não se afigura uma tarefa simples no período que atravessamos".

 

"Primavera" para os aumentos e na contratação

 

Março (31%) e Abril (25%) são os meses preferidos pelas empresas para fazer revisões salariais, cuja percentagem de incremento é sobretudo influenciada directamente pelos resultados da organização e os resultados individuais do colaborador, ambas apontadas por 70% das empresas inquiridas. Em sentido contrário, a antiguidade e o nível funcional foram os factores que menos influenciam a atribuição de um aumento no ordenado.

 

A amostra do estudo é constituída por multinacionais (60%), empresas nacionais privadas (39%) e uma minoria de empresas nacionais públicas (1%), de dimensão e de sectores variados. O número de empresas que prevê em 2014 aumentar o seu efectivo de colaboradores (19%) é superior ao que prevê diminuir (8%), com a consultora a sublinhar que esta é uma "mudança que não se verificava de forma tão vincada há já alguns anos". Já no que toca aos trabalhadores expatriados, a maior incidência (7%) verifica-se no cargo de director de primeira linha, sendo que a maioria tem contratos de expatriação baseados no país de origem, e não no país de acolhimento.

 

Ainda de acordo com este inquérito, em que, recorde-se, predominam as multinacionais com actuação em Portugal, o plano médico é o benefício mais frequente (90%), sendo que 56% das empresas participantes dá dias de férias extra – representou um aumento de 9% face a 2013 –, 74% da amostra atribuiu um seguro de vida e 55% um seguro de acidentes pessoais aos seus trabalhadores.

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