Notícia
Shop In - Designers de intervenção
Cinco amigos de Monte Abraão preparam-se para revolucionar o comércio de bairro. A luta pela inovação já está nas ruas.
19 de Maio de 2011 às 10:35
Intervir nas lojas de bairro. Foi para isso que Joana Almeida, Susana Branco, Liliana Roxo, Miguel Paisana e Francisco Hormigo criaram o Shop In. "Nasceu de uma vontade de inovar no comércio local", diz Susana Branco, 28 anos, mestre em Design para a Inovação Social. Porquê o comércio de rua? "Porque é uma alavanca de mudança em muitos aspectos da cidade". Pretendem intervir em três áreas: ajudar as lojas a comunicar melhor, melhorar o espaço físico e inovar nos produtos e serviços, bem como no modelo de negócio que utilizam.
Levaram a ideia para o Startup Weekend Lisboa e foram distinguidos pelos júris. "Depois do evento, o Shop in parou um bocadinho: como é que vamos conseguir fazer isto? Como é que vamos criar um modelo de negócio na área do empreendedorismo social?", comenta a designer. Assustaram-se com o sucesso do projecto e só voltaram a pegar nele duas semanas antes da entrevista. "Sabíamos o que queríamos fazer, mas ainda não sabíamos como."
Reúnem-se uma vez por semana, a partir das 19 horas, no local de trabalho de Susana Branco.
A Beta-i cedeu-lhes o espaço para levarem avante o projecto que pretende revolucionar as lojas de bairro. "Foi quando comecei a lidar com empreendedores todos os dias que percebi que não eram nenhum 'bicho papão'", diz Susana Branco. Joana Almeida, designer, 27 anos, explica que ainda têm de elaborar estudos, contactar directamente com as comunidades locais e lojistas, perceber onde está a procura e a oferta. Só depois poderão agir. "O ideal era que o Shop In fosse um instrumento de análise, que nos permitisse avaliar a situação em determinada área e a partir daí, que pudéssemos extrapolar para outras. Que não seja escalável, mas multiplicável", comenta Miguel Paisana, 24 anos, mestre em Comunicação e Cultura. Tem de funcionar localmente: as necessidades das pessoas de Monte Abraão não serão as mesmas das de Campo de Ourique. Por isso, devem planear uma intervenção adequada a cada comunidade.
Injectar capital
O principal problema do projecto é a falta de liquidez dos lojistas. "Vamos candidatarmo-nos ao Orçamento Participativo de Lisboa porque achamos que esta ideia pode ter impacto na cidade", diz Susana Branco. Entretanto, vão avançar com um projecto piloto a custo zero, que deverá arrancar em Junho. A ideia é ter o Shop In como guarda-chuva e depois ter o Shop In Campo de Ourique, o Shop In de Viana do Castelo, entre outros, cada um com as suas especificidades. Apesar da equipa poder transmitir o seu "know-how" às futuras Shop In, estas terão de começar do zero na sua comunidade.
"Talvez uma marca como o Ikea possa patrocinar uma intervenção, ou que a EDP esteja disposta a patrocinar uma rua ou um evento. "O posicionamento de marcas a patrocinar lojas pode ser uma forma de reduzirmos custos com a intervenção", explica Susana Branco. Além disso, vai haver um sítio com informação sobre todas as lojas do bairro, com um nome e rosto, para que não se perca o carácter de proximidade que caracteriza este tipo de comércio. "Os próprios lojistas acabam por desenvolver mecanismos de gestão que à sua maneira são brilhantes", comenta Miguel Paisana. Por tudo isto, o Shop in é um trabalho de "co-working": com os lojistas e para eles.
"Queremos intervir no comércio local, mas com estudos. Queremos dizer às pessoas que se direccionassem 10% do orçamento das suas compras para as lojas locais, estão a ajudar a criar mais postos de trabalho", diz Susana Branco. Por isso, tentam descobrir uma forma de trazer os locais às ruas, seja através da criação de eventos ou da alteração dos horários das lojas. "Percebemos que as pessoas não querem uma Zara em cada bairro e nós não queremos concorrer com as grandes superfícies. Tem de haver espaço para todos", diz Susana Branco.
O Startup Weekend Lisboa foi a oportunidade ideal para testarem a ideia. Nem o facto de terem ficado com a apresentação a meio inibiu os júris de os distinguir com um prémio fornecido pela ETIC - Escola Técnica de Imagem e Comunicação. No final, já havia investidores interessados em participar no projecto. "Somos amigos desde pequenos e partilhamos esta consciência social há muito tempo, é um assunto muito comum na mesa do café", comenta Susana Branco.
Bilhete de identidade
Projecto Shop In
Promotores Joana Almeida, Liliana Roxo, Susana Branco, Miguel Paisana e Francisco Hormigo
Área de actividade consultadoria ao comércio local
De pequenino é que nasce o empreendedorismo
Os cinco de Monte Abraão conhecem-se desde crianças. Joana Almeida, Susana Branco, Liliana Roxo, Miguel Paisana e Francisco Hormigo têm entre 24 e 28 anos, andaram juntos na escola e partilharam os mesmos espaços de lazer do bairro. Anos depois, continuam a juntar-se uma vez por semana para dar corpo e voz ao projecto Shop in. O encontro está marcada para as terças-feiras , depois das 19h, no local de trabalho de Susana Branco, o Beta-i (associação de apoio ao empreendedorismo). O Startup Weekend Lisboa foi a oportunidade perfeita para testarem o Shop In. Joana Almeida e Susana Branco vêm da área do Design, Liliana está a concluir um mestrado em Ciências da Cultura, Miguel Paisana é mestre em Comunicação e Cultura e Francisco Hormigo é licenciado em Economia. Têm a equipa multidisciplinar que precisavam para avançar. Em Junho, arranca o projecto-piloto.
Levaram a ideia para o Startup Weekend Lisboa e foram distinguidos pelos júris. "Depois do evento, o Shop in parou um bocadinho: como é que vamos conseguir fazer isto? Como é que vamos criar um modelo de negócio na área do empreendedorismo social?", comenta a designer. Assustaram-se com o sucesso do projecto e só voltaram a pegar nele duas semanas antes da entrevista. "Sabíamos o que queríamos fazer, mas ainda não sabíamos como."
A Beta-i cedeu-lhes o espaço para levarem avante o projecto que pretende revolucionar as lojas de bairro. "Foi quando comecei a lidar com empreendedores todos os dias que percebi que não eram nenhum 'bicho papão'", diz Susana Branco. Joana Almeida, designer, 27 anos, explica que ainda têm de elaborar estudos, contactar directamente com as comunidades locais e lojistas, perceber onde está a procura e a oferta. Só depois poderão agir. "O ideal era que o Shop In fosse um instrumento de análise, que nos permitisse avaliar a situação em determinada área e a partir daí, que pudéssemos extrapolar para outras. Que não seja escalável, mas multiplicável", comenta Miguel Paisana, 24 anos, mestre em Comunicação e Cultura. Tem de funcionar localmente: as necessidades das pessoas de Monte Abraão não serão as mesmas das de Campo de Ourique. Por isso, devem planear uma intervenção adequada a cada comunidade.
Injectar capital
O principal problema do projecto é a falta de liquidez dos lojistas. "Vamos candidatarmo-nos ao Orçamento Participativo de Lisboa porque achamos que esta ideia pode ter impacto na cidade", diz Susana Branco. Entretanto, vão avançar com um projecto piloto a custo zero, que deverá arrancar em Junho. A ideia é ter o Shop In como guarda-chuva e depois ter o Shop In Campo de Ourique, o Shop In de Viana do Castelo, entre outros, cada um com as suas especificidades. Apesar da equipa poder transmitir o seu "know-how" às futuras Shop In, estas terão de começar do zero na sua comunidade.
"Talvez uma marca como o Ikea possa patrocinar uma intervenção, ou que a EDP esteja disposta a patrocinar uma rua ou um evento. "O posicionamento de marcas a patrocinar lojas pode ser uma forma de reduzirmos custos com a intervenção", explica Susana Branco. Além disso, vai haver um sítio com informação sobre todas as lojas do bairro, com um nome e rosto, para que não se perca o carácter de proximidade que caracteriza este tipo de comércio. "Os próprios lojistas acabam por desenvolver mecanismos de gestão que à sua maneira são brilhantes", comenta Miguel Paisana. Por tudo isto, o Shop in é um trabalho de "co-working": com os lojistas e para eles.
"Queremos intervir no comércio local, mas com estudos. Queremos dizer às pessoas que se direccionassem 10% do orçamento das suas compras para as lojas locais, estão a ajudar a criar mais postos de trabalho", diz Susana Branco. Por isso, tentam descobrir uma forma de trazer os locais às ruas, seja através da criação de eventos ou da alteração dos horários das lojas. "Percebemos que as pessoas não querem uma Zara em cada bairro e nós não queremos concorrer com as grandes superfícies. Tem de haver espaço para todos", diz Susana Branco.
O Startup Weekend Lisboa foi a oportunidade ideal para testarem a ideia. Nem o facto de terem ficado com a apresentação a meio inibiu os júris de os distinguir com um prémio fornecido pela ETIC - Escola Técnica de Imagem e Comunicação. No final, já havia investidores interessados em participar no projecto. "Somos amigos desde pequenos e partilhamos esta consciência social há muito tempo, é um assunto muito comum na mesa do café", comenta Susana Branco.
Bilhete de identidade
Projecto Shop In
Promotores Joana Almeida, Liliana Roxo, Susana Branco, Miguel Paisana e Francisco Hormigo
Área de actividade consultadoria ao comércio local
De pequenino é que nasce o empreendedorismo
Os cinco de Monte Abraão conhecem-se desde crianças. Joana Almeida, Susana Branco, Liliana Roxo, Miguel Paisana e Francisco Hormigo têm entre 24 e 28 anos, andaram juntos na escola e partilharam os mesmos espaços de lazer do bairro. Anos depois, continuam a juntar-se uma vez por semana para dar corpo e voz ao projecto Shop in. O encontro está marcada para as terças-feiras , depois das 19h, no local de trabalho de Susana Branco, o Beta-i (associação de apoio ao empreendedorismo). O Startup Weekend Lisboa foi a oportunidade perfeita para testarem o Shop In. Joana Almeida e Susana Branco vêm da área do Design, Liliana está a concluir um mestrado em Ciências da Cultura, Miguel Paisana é mestre em Comunicação e Cultura e Francisco Hormigo é licenciado em Economia. Têm a equipa multidisciplinar que precisavam para avançar. Em Junho, arranca o projecto-piloto.