Notícia
O que a arte faz pela sua empresa
Equipas motivadas fazem empresas de sucesso. Pelo menos, na opinião de Joaquim Carvalho, sócio-gerente da CMI, da M3Cmédia e director da multinacional Harsco. A dificuldade do sucesso está em encontrar a chave para a motivação e saber perpetuá-la.
02 de Junho de 2010 às 11:17
Motivar equipas através da dança, magia ou da música. Foi o que fizeram Joaquim Carvalho, Carla Carneiro e Manuel Leite. Liderar também é uma arte.
Equipas motivadas fazem empresas de sucesso. Pelo menos, na opinião de Joaquim Carvalho, sócio-gerente da CMI, da M3Cmédia e director da multinacional Harsco. A dificuldade do sucesso está em encontrar a “chave” para a motivação e saber perpetuá-la. Foi por isso que participou num workshop orientado por um mágico. Estranho? “É uma questão de encarar a arte como um aliado”, explica. Parece que uma “mão cheia” de expressões criativas podem fazer milagres pela produtividade da sua empresa e equipa. Não acredita? Então leia as histórias de Joaquim Carvalho, Manuel Leite e Carla Carneiro e saiba como é que um mágico, um maestro e uma coreógrafa podem mudar a vida da sua empresa.
Os workshops são promovidos pela Academia das Emoções, projecto empresarial de João Abreu, 43 anos, em parceria com a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Segundo Cottim Oliveira, director de formação da ANJE, um dos objectivos da associação é desenvolver actividades formativas que primem pela qualidade e inovação. É o que acontece com os workshops. “Aplicar à realidade empresarial a criatividade, emoção, sentido estratégico e as competências de comunicação inerentes às artes performativas é um desafio e, sobretudo, um estímulo à própria inovação das empresas nacionais”, explica.
Enquanto a Academia das Emoções reúne o “know-how” de profissionais especializados em determinadas áreas de actuação, a ANJE procura complementar estas competências com o conhecimento que detém das necessidades do empresariado português, “fruto da sua longa experiência associativa e formativa”. Resultado: programas de formação originais e completos, cujos objectivos passam por colmatar algumas das dificuldades sentidas nas empresas.
Há já algum tempo que João Abreu se debruçava sobre a necessidade de mudar o panorama da formação profissional em Portugal. Uma formação que considerava “muito hermética”, quantificadora e pouco voltada para o desenvolvimento das múltiplas inteligências, para a aposta na imagem, criatividade e inovação.
Com uma pós-graduação em Recursos Humanos, pela Universidade Católica, e um mestrado em Marketing, pela Universidade Portucalense, em 2007, fez as malas e rumou até à Cidade do Cérebro, em São Paulo, Brasil. Porquê? Porque queria estudar a temática das emoções. Foi o que bastou para hoje ter uma certificação em Emotologia. Dois seminários intensivos na área e, em Setembro do mesmo ano, abria a Academia das Emoções, no Porto.
“Depois de seguir os passos do processo criativo, decidi criar uma empresa que tivesse uma oferta formativa peculiar, que relaciona a gestão, o comportamento, a comunicação e a arte”, diz João Abreu. É por isso que recorre às práticas expressivas artísticas para intervir no lado direito do cérebro das organizações. “A Academia das Emoções defende a aplicação de um sistema integrado de diagnóstico, não partindo do produto, mas das pessoas como factores de competitividade”, explica.
O trabalho de avaliação do potencial relacional, da capacidade de gerar “networking” e a elaboração de planos individuais e integrados de Marketing Pessoal Criativo são ferramentas indisponíveis no mercado da prestação de serviços da formação. Por isso, lançou uma série de propostas que visa criar pessoas positivas e tornar as organizações igualmente positivas. Como? Através de um modelo integrado de formação comportamental, onde a arte é a peça principal. “Acreditamos que o estímulo à criatividade pode fazer milagres pelo desempenho profissional dos colaboradores”, diz. Foi assim que delineou a oferta formativa da Academia das Emoções, trabalhando, sobretudo, o lado emotivo e sensorial dos empreendedores, com formadores e parceiros de “elevado potencial artístico e pedagógico”.
Criar, executar e apreciar
A Academia das Emoções trabalha com cerca de 20 entidades. “São essencialmente as empresas de maior dimensão e com uma visão integrada da formação dos seus recursos humanos que apostam no nosso tipo de oferta”, comenta.
Nas formações, desenvolve 3 actos: o de criar, de executar e o de apreciar. “Cada formação faz parte de um projecto expressivo, com intenção estética, multidisciplinar, orientado para a comunicação e coesão, privilegiando o confronto com o público”, explica João Abreu. É a partir daqui que os participantes estabelecem as pontes entre o mundo das artes e o seu mundo particular, partilham conceitos, aprendem novas metodologias de abordagem de velhos problemas e fogem das suas zonas de confronto. Mais: trabalham em equipa e num ambiente descontraído, estimulam o aperfeiçoamento de competências e até então secundarizadas, como a corporal, intra-pessoal, espacial, entre outras.
A equipa de João Abreu é composta por duas pessoas e um conjunto de formadores associados, em regime de colaboração externa. “São artistas, gestores, formadores, uma vez que possuem esta multiplicidade de experiências”, diz. Os formadores que colaboram com a Academia das Emoções são Rafael Montes (maestro), Luiz Oliveira (teatro), Raquel Sampaio (dança), Sofia de Bragança (escrita criativa), José Manuel Guimarães (magia), Maria João Quintela (criatividade), António Azevedo (marketing experiencial), entre outros.
“Estamos, acima de tudo, a desafiar formadores com experiência artística, com uma visão multicultural do mundo, para que nos surpreendam com propostas ousadas e criativas. Ainda bem que temos conseguido”, comenta. Para o empresário, as organizações portuguesas estão com um intrigante défice de criatividade e ousadia, que se mede pelo baixo nível de empreendedorismo. “Pior que isso, a escola criativa não tem ocupado o seu lugar estratégico na formação dos formadores das novas gerações”, adianta. Apesar de não estarem preparados, devem reagir, motivar e construir equipas mais coesas e focadas nos objectivos.
“O conceito do nosso ‘service mix’ é, de facto, inovador, quer pela ligação das artes à gestão, sobretudo algumas artes, quer, em simultâneo, ao comportamento”, explica. Se o teatro e a escrita criativa já possuem essa relação, a dança e a magia ainda não. Para João Abreu, um projecto destes só tem verdadeira repercussão na organização se lhe suceder um trabalho de Art at Work, ou seja um trabalho de formação intra-empresarial, pela arte na organização.
“A gestão criativa assume-se cada vez mais como um factor de competitividade empresarial”, explica Cottim Oliveira. É precisamente essa criatividade que pretendem potenciar através de formações do género. “É essa mesma criatividade que acreditamos estar na origem de líderes mais ousados e eficazes, equipas mais motivadas e produtivas e negócios mais inovadores”, acrescenta.
É deste modo que a ANJE procura estimular o contacto dos empreendedores nacionais com a criatividade, numa altura em que o potencial empresarial das indústrias criativas está a emergir.
Estes workshops enquadram-se num esforço multidisciplinar que a ANJE tem vindo a desenvolver para estimular o empreendedorismo qualificado e inovador.
“É hoje consensual que a inovação é um factor determinante para o sucesso das empresas”, afirma. Como? Na medida em que permite a criação de novos produtos e serviços, a adopção de estruturas organizacionais mais profícuas, introdução de processos produtivos mais sofisticados e elaboração de modelos de relacionamento mais eficazes entre a organização e o consumidor / utilizador.
CINCO LIÇÕES COM AS ARTES
Saiba o que aprenderam os formandos nos workshops.
Com truques de magia, é possível aperfeiçoar a comunicação com os clientes de uma empresa.
A arte tem benefícios directos ao nível do trabalho em equipa, organização, criatividade e pro-actividade.
Aprender a liderar e motivar uma equipa como um maestro motiva e lidera uma orquestra.
Numa empresa, como numa orquestra, todos os colaboradores constroem um todo.
Com a dança, é possível melhorar a capacidade de acreditar, persistir, ajudar e saber reagir ao desconforto.
DANÇA, MÚSICA E MAGIA
Conheça três dos “workshops” promovidos pela Academia das Emoções em parceria com a ANJE.
• Coreografia Empresarial
É um projecto que recorre à dança, expressão corporal e à interactividade para estimular a dinâmica de funcionamento de equipas motivadas, produtivas e eficazes. Os quadros e dirigentes de empresas são convidados a trabalhar coreografias como um outro qualquer projecto empresarial, evocando analogias entre um grupo de trabalho e um grupo de dança, o mundo dos negócios e o mundo do espectáculo.
• Liderança e Comunicação de Coesão – A Empresa como Orquestra na Visão de um Maestro
Este projecto recorre a métodos pedagógicos inovadores, que possibilitam a apresentação das analogias existentes entre as orquestras e as empresas, maestros e gestores. A acção formativa é conduzida por um maestro e tem por objectivo melhorar as competências de liderança dos participantes.
• Empresas e Pessoas Mágicas – O Ensaio e a Performance, a Evidência e o Oculto na Gestão
Este workshop tem como formador o ilusionista profissional José Manuel Guimarães, mais conhecido por Jomaguy, que procura sensibilizar empresários, gestores e demais empreendedores para as semelhanças entre um espectáculo de ilusionismo e a gestão de empresas. As paridades entre a actividade de um mágico e o trabalho de um empresário são, afinal, maiores do que se possa pensar: ambos concebem ideias, ensaiam performances, testam projectos e defendem de unhas e dentes o produto final perante o seu público. Este tanto pode ser uma plateia que procura diversão ou um cliente, não menos exigente e atento a pormenores, que procura satisfazer uma determinada necessidade.
Equipas motivadas fazem empresas de sucesso. Pelo menos, na opinião de Joaquim Carvalho, sócio-gerente da CMI, da M3Cmédia e director da multinacional Harsco. A dificuldade do sucesso está em encontrar a “chave” para a motivação e saber perpetuá-la. Foi por isso que participou num workshop orientado por um mágico. Estranho? “É uma questão de encarar a arte como um aliado”, explica. Parece que uma “mão cheia” de expressões criativas podem fazer milagres pela produtividade da sua empresa e equipa. Não acredita? Então leia as histórias de Joaquim Carvalho, Manuel Leite e Carla Carneiro e saiba como é que um mágico, um maestro e uma coreógrafa podem mudar a vida da sua empresa.
Os workshops são promovidos pela Academia das Emoções, projecto empresarial de João Abreu, 43 anos, em parceria com a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Segundo Cottim Oliveira, director de formação da ANJE, um dos objectivos da associação é desenvolver actividades formativas que primem pela qualidade e inovação. É o que acontece com os workshops. “Aplicar à realidade empresarial a criatividade, emoção, sentido estratégico e as competências de comunicação inerentes às artes performativas é um desafio e, sobretudo, um estímulo à própria inovação das empresas nacionais”, explica.
Há já algum tempo que João Abreu se debruçava sobre a necessidade de mudar o panorama da formação profissional em Portugal. Uma formação que considerava “muito hermética”, quantificadora e pouco voltada para o desenvolvimento das múltiplas inteligências, para a aposta na imagem, criatividade e inovação.
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Com uma pós-graduação em Recursos Humanos, pela Universidade Católica, e um mestrado em Marketing, pela Universidade Portucalense, em 2007, fez as malas e rumou até à Cidade do Cérebro, em São Paulo, Brasil. Porquê? Porque queria estudar a temática das emoções. Foi o que bastou para hoje ter uma certificação em Emotologia. Dois seminários intensivos na área e, em Setembro do mesmo ano, abria a Academia das Emoções, no Porto.
“Depois de seguir os passos do processo criativo, decidi criar uma empresa que tivesse uma oferta formativa peculiar, que relaciona a gestão, o comportamento, a comunicação e a arte”, diz João Abreu. É por isso que recorre às práticas expressivas artísticas para intervir no lado direito do cérebro das organizações. “A Academia das Emoções defende a aplicação de um sistema integrado de diagnóstico, não partindo do produto, mas das pessoas como factores de competitividade”, explica.
O trabalho de avaliação do potencial relacional, da capacidade de gerar “networking” e a elaboração de planos individuais e integrados de Marketing Pessoal Criativo são ferramentas indisponíveis no mercado da prestação de serviços da formação. Por isso, lançou uma série de propostas que visa criar pessoas positivas e tornar as organizações igualmente positivas. Como? Através de um modelo integrado de formação comportamental, onde a arte é a peça principal. “Acreditamos que o estímulo à criatividade pode fazer milagres pelo desempenho profissional dos colaboradores”, diz. Foi assim que delineou a oferta formativa da Academia das Emoções, trabalhando, sobretudo, o lado emotivo e sensorial dos empreendedores, com formadores e parceiros de “elevado potencial artístico e pedagógico”.
Criar, executar e apreciar
A Academia das Emoções trabalha com cerca de 20 entidades. “São essencialmente as empresas de maior dimensão e com uma visão integrada da formação dos seus recursos humanos que apostam no nosso tipo de oferta”, comenta.
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Nas formações, desenvolve 3 actos: o de criar, de executar e o de apreciar. “Cada formação faz parte de um projecto expressivo, com intenção estética, multidisciplinar, orientado para a comunicação e coesão, privilegiando o confronto com o público”, explica João Abreu. É a partir daqui que os participantes estabelecem as pontes entre o mundo das artes e o seu mundo particular, partilham conceitos, aprendem novas metodologias de abordagem de velhos problemas e fogem das suas zonas de confronto. Mais: trabalham em equipa e num ambiente descontraído, estimulam o aperfeiçoamento de competências e até então secundarizadas, como a corporal, intra-pessoal, espacial, entre outras.
A equipa de João Abreu é composta por duas pessoas e um conjunto de formadores associados, em regime de colaboração externa. “São artistas, gestores, formadores, uma vez que possuem esta multiplicidade de experiências”, diz. Os formadores que colaboram com a Academia das Emoções são Rafael Montes (maestro), Luiz Oliveira (teatro), Raquel Sampaio (dança), Sofia de Bragança (escrita criativa), José Manuel Guimarães (magia), Maria João Quintela (criatividade), António Azevedo (marketing experiencial), entre outros.
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“O conceito do nosso ‘service mix’ é, de facto, inovador, quer pela ligação das artes à gestão, sobretudo algumas artes, quer, em simultâneo, ao comportamento”, explica. Se o teatro e a escrita criativa já possuem essa relação, a dança e a magia ainda não. Para João Abreu, um projecto destes só tem verdadeira repercussão na organização se lhe suceder um trabalho de Art at Work, ou seja um trabalho de formação intra-empresarial, pela arte na organização.
“A gestão criativa assume-se cada vez mais como um factor de competitividade empresarial”, explica Cottim Oliveira. É precisamente essa criatividade que pretendem potenciar através de formações do género. “É essa mesma criatividade que acreditamos estar na origem de líderes mais ousados e eficazes, equipas mais motivadas e produtivas e negócios mais inovadores”, acrescenta.
É deste modo que a ANJE procura estimular o contacto dos empreendedores nacionais com a criatividade, numa altura em que o potencial empresarial das indústrias criativas está a emergir.
Estes workshops enquadram-se num esforço multidisciplinar que a ANJE tem vindo a desenvolver para estimular o empreendedorismo qualificado e inovador.
“É hoje consensual que a inovação é um factor determinante para o sucesso das empresas”, afirma. Como? Na medida em que permite a criação de novos produtos e serviços, a adopção de estruturas organizacionais mais profícuas, introdução de processos produtivos mais sofisticados e elaboração de modelos de relacionamento mais eficazes entre a organização e o consumidor / utilizador.
CINCO LIÇÕES COM AS ARTES
Saiba o que aprenderam os formandos nos workshops.
Com truques de magia, é possível aperfeiçoar a comunicação com os clientes de uma empresa.
A arte tem benefícios directos ao nível do trabalho em equipa, organização, criatividade e pro-actividade.
Aprender a liderar e motivar uma equipa como um maestro motiva e lidera uma orquestra.
Numa empresa, como numa orquestra, todos os colaboradores constroem um todo.
Com a dança, é possível melhorar a capacidade de acreditar, persistir, ajudar e saber reagir ao desconforto.
DANÇA, MÚSICA E MAGIA
Conheça três dos “workshops” promovidos pela Academia das Emoções em parceria com a ANJE.
• Coreografia Empresarial
É um projecto que recorre à dança, expressão corporal e à interactividade para estimular a dinâmica de funcionamento de equipas motivadas, produtivas e eficazes. Os quadros e dirigentes de empresas são convidados a trabalhar coreografias como um outro qualquer projecto empresarial, evocando analogias entre um grupo de trabalho e um grupo de dança, o mundo dos negócios e o mundo do espectáculo.
• Liderança e Comunicação de Coesão – A Empresa como Orquestra na Visão de um Maestro
Este projecto recorre a métodos pedagógicos inovadores, que possibilitam a apresentação das analogias existentes entre as orquestras e as empresas, maestros e gestores. A acção formativa é conduzida por um maestro e tem por objectivo melhorar as competências de liderança dos participantes.
• Empresas e Pessoas Mágicas – O Ensaio e a Performance, a Evidência e o Oculto na Gestão
Este workshop tem como formador o ilusionista profissional José Manuel Guimarães, mais conhecido por Jomaguy, que procura sensibilizar empresários, gestores e demais empreendedores para as semelhanças entre um espectáculo de ilusionismo e a gestão de empresas. As paridades entre a actividade de um mágico e o trabalho de um empresário são, afinal, maiores do que se possa pensar: ambos concebem ideias, ensaiam performances, testam projectos e defendem de unhas e dentes o produto final perante o seu público. Este tanto pode ser uma plateia que procura diversão ou um cliente, não menos exigente e atento a pormenores, que procura satisfazer uma determinada necessidade.