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InnoWave Technologies - Como exportar soluções

Brasil, Polónia, Bélgica e Portugal são mercados onde a InnoWave conquistou clientes como a Belgacom, Telenet, Vodafone, Zapp ou Zon. O início de actividade, marcado pela dificuldade de financiamento, aguçou o engenho.

29 de Julho de 2010 às 14:43
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Fernando Correia: as dificuldades de financiamento não demoveram os promotores de fundarem a InnoWave.
Fernando Correia e Tiago Gonçalves, engenheiros informáticos com mais de 14 anos de experiência profissional, nunca aspiraram a menos do que construir uma empresa de consultoria tecnológica que se tornasse uma multinacional de referência a nível global. O percurso académico e a carreira que foram construindo foi- lhes alimentando esse alento.

Sabiam o que queriam fazer e sabiam como fazê-lo, o que não sabiam é que, de início, "o financiamento em Portugal seria totalmente inexistente", confirmando o lamento de muitos empreendedores. "Só após as coisas estarem a correr bem há uns tempos (dois anos), ou só com apresentação de garantias reais, é que a opção de financiamento é fornecida e, mesmo assim, com avales pessoais". Este foi o grande obstáculo que enfrentaram na odisseia de criar a InnoWave, empresa com pouco mais de dois anos, focada no desenvolvimento de soluções para os mercados de telecomunicações e serviços financeiros.

Tentar aceder aos incentivos do Estado também foi um caminho com espinhos. Tantos, que acusam: "são uma autêntica farsa". O que sentiram na pele contam-no com crueza. "Ou só são aprovadas candidaturas feitas por empresas de consultoria detidas pelas próprias pessoas que avaliam os projectos [do QREN], ou são criados mecanismos de bloqueio absurdos para dificultar o pedido (por exemplo, estágios do IEFP, ou, então, os projectos não são aprovados por não serem estruturantes para mudar a economia portuguesa, mesmo que tenham retorno e contribuam para a exportação de serviços acrescentados".

Ante este cenário de agruras alguns empreendedores ficariam toldados, outros, pelo contrário, aguçam o engenho, buscando soluções onde as houver. Fernando Correia e Tiago Gonçalves estão entre os segundos. Acabaram por fazer a empresa crescer "sem um euro de subsídio do Estado", nem financiamento externo. Tal obrigou a uma gestão "mais desafiante", com grande disciplina nos custos e cuidadas análises sobre os investimentos. Um auto-financiamento "à força" só possível pela estratégia de exportação "agressiva" e porque, nos mercados-alvo, os prazos médios de pagamento estão entre 30 a 60 dias, compensando os prazos "absolutamente inaceitáveis" praticados em Portugal.

Virados para a exportação
O crescimento da empresa lisboeta, que emprega 23 pessoas, teve o seu primeiro marco com um negócio fora de portas, com um operador de telecomunicações belga, líder de mercado, logo no primeiro mês de existência, em Janeiro de 2008. Esta vitória em "início de jogo" foi decisiva para os episódios seguintes. Em Fevereiro, a InnoWave entrou nos mercados polaco e brasileiro também para projectos na área das telecomunicações. Entre os clientes da empresa contam-se nomes como a Belgacom, Telenet, Vodafone, Zapp ou Zon.

O desempenho da InnoWave deve-se, explicam, ao facto de a empresa "estar virada para a exportação de serviços para mercados tecnologicamente evoluídos", fazendo uso dos seus serviços de "outsourcing" num modelo que, garantem os promotores, é "único" - o "smart-sourcing" (ver caixa). A concorrência vem de outras empresas da mesma área, sobretudo indianas, com oferta de serviços em "off-shore", mas a InnoWave diferencia-se, segundo os seus promotores, "pela rapidez de resposta, proximidade cultural ao cliente final, 'value for money' e qualidade dos serviços". Este 'dar novos mundos' à InnoWave passa, também, pela abertura do escritório europeu, na Bélgica. É que, na Europa, há ainda muito por explorar, garantem. Inglaterra, Itália e Holanda estão na mira.

Em 2009, a InnoWave obteve 1,1 milhões de euros de receita, 117% acima do que foi registado no ano anterior. Este ano, o crescimento do volume de negócios justifica o aumento do número de colaboradores para 35.



Trajectos comuns



O percurso aproximou os dois sócios da InnoWave, Tiago Gonçalves (co-fundador) e o fundador Fernando Correia, de 40 e 37 anos, respectivamente. Antes de criarem a InnoWave, trabalharam mais de 14 anos em consultoria de comunicação, media e entretenimento, serviços financeiros e clientes/parceiros na Europa. Desenvolveram conhecimentos e competências, com ênfase em projectos de integração de sistemas, desenvolvendo soluções de tecnologias de informação para empresas. Tiago Gonçalves tem uma licenciatura em engenharia eléctrica e ciência da computação no Instituto Superior Técnico, um MBA, da Universidade Nova de Lisboa, e uma pós-graduação em empreendedorismo e inovação da UCP. Fernando Correia há muito que abraçou o desafio ser líder na inovação. Licenciado em engenharia informática pela Universidade de Coimbra, estava numa empresa de consultoria TOP-5 antes de se lançar na sua própria empresa.



Disse "smart-sourcing"?



"We go a step further than outsourcing, allowing your organization to not only cut costs, but also to increase innovation".

É este o cartão de visita da InnoWave no seu "site", frequentemente o primeiro ponto de contacto com futuros clientes. Fernando Correia e Tiago Gonçalves sintetizam na expressão "smart-sourcing", aquilo que a sua empresa faz e que, garantem, as outras não fazem.

A InnoWave, explicam, disponibiliza aos clientes um modelo de prestação de serviços que assenta na "combinação de competências técnicas, funcionais e de negócio, ao custo certo e utilizando mecanismos flexíveis de 'pricing'". Uma oferta só possível graças à inovação que norteia a actividade da empresa, sendo determinante na sua internacionalização. Para além de estarem a decorrer diversos projectos em "smart-sourcing" para clientes europeus, a InnoWave também está a trabalhar num dos maiores operadores de telecomunicações no Brasil.




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