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Experiências que deram frutos

O primeiro passo já tinha sido dado pelos investigadores, com a definição de um projecto empresarial baseado em ideias inovadoras, mas o impulso necessário para a criação da WeAdapt e da Stemmatters veio do prémio START, que ganharam na edição...

05 de Novembro de 2009 às 15:09
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O primeiro passo já tinha sido dado pelos investigadores, com a definição de um projecto empresarial baseado em ideias inovadoras, mas o impulso necessário para a criação da WeAdapt e da Stemmatters veio do prémio START, que ganharam na edição de 2008 e 2007, respectivamente. Os percursos e as experiências são distintos, embora nos caminhos percorridos antes e depois do prémio existam pontos de contacto, entre os quais as vantagens financeiras e a notoriedade extraída do protagonismo da iniciativa que ajudou a abrir portas, mesmo que não seja garantia de apoios posteriores.

Desenvolvido a partir da Unidade de Investigação 3Bs da Universidade do Minho, o projecto da Stemmatters parte da ideia de comercializar novas terapias regenerativas para osso e cartilagem com base em células estaminais e biomateriais. Por detrás do conceito estão dois investigadores, Rui Reis e Rui Sousa, que já tinham a ambição de criar uma empresa para capitalizar a investigação desenvolvida nesta área. "Quando o conceito de negócio ganhou mais sustentabilidade apercebemo-nos de que existiam várias iniciativas de prémios ao empreendedorismo, entre os quais o START e o BES Inovação, aos quais nos candidatámos", explica Rui Sousa, CEO da Stemmatter. O primeiro prémio do START, na altura com um valor monetário de 40 mil euros, foi uma ajuda preciosa para o arranque da empresa, mas não a condição única. Os investigadores já estavam decididos a avançar com o projecto e se não fosse este o "empurrão" iriam tentar outras alternativas.

Weadapt
Miguel Carvalho, Carla Lopes, Pedro Souto, Daiane Heinrich e Fernando Duarte lançaram a empresa com base em trabalhos de investigação que estavam a ser desenvolvidos desde 2005.
A WeAdapt, projecto vencedor da edição de 2008, também teve génese no Minho onde a TECMinho, o gabinete de transferência de tecnologia da Universidade, incentivou o processo de spin-off. Os fundadores, com uma média de idades próxima dos 40 anos e experiência acumulada na área da investigação em têxtil e engenharia de polímeros, queriam trazer para o mercado produtos de pronto a vestir e vestuário feito à medida para deficientes e dispositivos de reconstituição física, materializando investigação que estava a ser desenvolvida desde 2005.

Miguel Carvalho, responsável da WeAdapt, explica que o caminho para a empresa já estava definido e a primeira colecção estava a ser desenvolvida quando souberam que iriam receber o prémio START. Os 50 mil euros do prémio, integrados no capital social, vieram ajudar ao financiamento dos custos de lançamento da primeira colecção, divulgação e abertura da loja online (em http://www.weadapt.eu/), onde se promove a comercialização de vestuário e acessórios para pessoas com necessidades especiais, que também vai integrar têxteis electrónicos com capacidade de monitorização dos sinais vitais e electroestimulação muscular, destinados à área da reabilitação.

Para além do START a WeAdapt acumulou outros incentivos, onde se contam o FINICIA do IAPMEI para acompanhamento e elaboração do plano de negócios, o prémio SpinUM com consultoria e presença garantida no Centro de Incubação da Universidade do Minho, e ainda candidaturas a outros sistemas de incentivo e projectos de financiamento, alguns dos quais já aprovados.

Stemmatters
Biotecnologias foram premiadas
A experiência tem sido feita de sucessos mas também de respostas negativas. "Dificuldades, ou desafios, existem sempre. Ultrapassámos algumas com persistência, apoio da Universidade do Minho e Tecminho, apoio dos nossos parceiros e das pessoas que nos ouvem e acreditam.

Não é fácil, o desânimo, desilusão também estão sempre presentes. Mas o importante é tornar essas dificuldades, derrotas (ou objectivos não alcançados) em forças, em desafios que em conjunto tentaremos ultrapassar", justifica Miguel Carvalho.

A Stemmatters encontrou também obstáculos no seu caminho, apesar da óbvia notoriedade que o prémio START garante e que ajudou a abrir diversas portas junto de potenciais financiadores e capitais de risco. Mas a procura de dinheiro e parceiros para dar mais sustentabilidade aos projectos da empresa ainda não terminou e Rui Sousa admite que é importante aumentar os capitais próprios para poder sonhar mais alto.

"Esta é uma área de investigação muito cara. Estamos a conseguir operacionalizar o projecto com a entrada dos primeiros financiamentos, mas a evolução está a ser mais lenta do que estimámos e do que gostaríamos", confessa. O optimismo mantém-se, porém, em alta, assim como a cotação da empresa junto dos potenciais investidores com quem têm sido feitos contactos.

Critérios de avaliação

O critério nuclear da avaliação do Júri consiste genericamente na viabilidade e potencial do negócio apresentado pelos candidatos, segundo os critérios de avaliação.


• Potencial de mercado da ideia Justificação da existência de mercado, capacidade de estimar a dimensão do mercado e identificação das necessidades não satisfeitas.

• Qualidade da ideia Adequação da ideia ao mercado, estratégia delineada para aceder ao mercado potencial, carácter inovador da ideia e vantagens face à concorrência.

• Qualidade do plano de negócios Qualidade do documento, análise do mercado potencial, posição competitiva e defesas, estratégia de médio prazo, projecções financeiras (custos, proveitos, investimento), estrutura de financiamento e viabilidade do projecto.

Capacidade de execução da ideia Qualidade da equipa de gestão (experiência e áreas de especialização), comprometimento pessoal e financeiro da equipa de gestão, capacidade empreendedora da equipa de gestão, parcerias, capacidade de atrair financiadores externos e adequação da equipa de gestão ao projecto.
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