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Como transformar a ciência em negócio

Fazer negócio a partir da ciência não é fácil, mas a COHiTEC diz que é possível. Os investigadores só precisam de ter a formação certa.

11 de Agosto de 2011 às 11:14
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Acelerar a regeneração dos tecidos, avaliar o estado de frescura do peixe, prevenir a diabetes, isolar edifícios a partir de cascas de fruta ou criar volume ósseo em menos tempo são algumas das tecnologias que querem dinamizar o tecido empresarial português no futuro. A alta tecnologia está aí, em universidades, laboratórios e institutos. Só precisa da ajuda dos "homens dos negócios".

A COTEC Portugal começou a tentar acelerar a comercialização de tecnologias com a acção formativa COHiTEC, do programa ACT. Na iniciativa, participam investigadores, estudantes de gestão e executivos, uma metodologia desenvolvida pelo Centro HiTEC da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos da América, um dos parceiros activos do programa.

Na edição deste ano, participaram investigadores das universidades de Aveiro, Católica Portuguesa, Coimbra, Lisboa, Nova de Lisboa e Técnica de Lisboa, bem como da Clínica Médica St. António Joane, do Grupo de Investigação 3B's, do Instituto de Medicina Molecular, de Tecnologia Química e Biológica, Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e do Instituto Neurociências.

Do Porto, a equipa de Jorge Marinho, João Vasconcelos, Agostinho Almeida, Bruno Santos, João Ferreira e Paulo Osswald apresentou o "BionicT", uma tecnologia que se propõem a restaurar a sensibilidade oral, reduzir a sobrecarga dentária, melhorar a postura e equilíbrio do corpo e reduzir as dores de cabeça de tensão. São colocados mais de oito milhões de implantes dentários por ano e estima-se que estes números cresçam anualmente 12% nos próximos três a cinco anos.

Albino Martins, Teresa Teigão, António Barbosa, Hernâni Rodrigues, Regina Caldeira e Alípio Torre apresentaram o projecto "Guidance", mais um ligado à área da saúde. Em causa está a periodontite, uma doença inflamatória crónica que pode afectar até 15% da população adulta. Para regenerar o ligamento periodontal (sistema que liga o dente ao osso), foi criada uma membrana fibrosa, implantável e biodegradável, que permite a libertação local de fármacos e a cultura de células. Maximiza-se a eficácia do tratamento, o tempo de recuperação do paciente, facilita-se a aplicação, que não colapsa, e o custo é iknferior em 20% ao que é praticado pelo maior competidor.

O tratamento para a escoliose foi a razão que levou Eusébio Gomes, João Gomes, Agostinho Almeida, Bruno Santos, João Ferreira e João Claro a apostarem no "Porto.Dot", uma tecnologia que pretende corrigir deformidades da coluna verbal que afectam 4% da população mundial. Consiste num colete para crianças entre os 9 e os 16 anos baseado num novo sistema de pressão. Os investigadores do Instituto de Neurociências garantem que tem uma média de correcção de 20%, superior à apresentada pelos coletes actuais, que é de 5%.

A tecnologia de de Cátia Augusto, Pedro Condesso e Vitor Silva visa refrigerar produtos cinco a sete vezes mais rápidamente do que os métodos tradicionais, sem alterar a qualidade. Ana Bizarro, Cláudio Teixeira, Dominica Szpryngiel e catarina Maia juntaram-se aos investigadores da Universidade de Coimbra para criarem a "Super Cooling", que promete reduzir o consumo energético em aproximadamente 90%. A aplicação-alvo em que mais apostam é a substituição do minibar dos quartos de hotel. No futuro, pode abranger o sector doméstico e um novo conceito de secagem da roupa.

Saúde é a área que mais preocupa
Em Lisboa, Rita Ventura, Cristopher Maycock, Eva Lourenço, Helena Santos, Nuno Serra e Fernando Cruz apresentaram o "InnovChem", que desenvolve produtos para as vacinas, com elevadas propriedades estabilizadoras de proteínas, conforme explicam. Os biofármacos são produtos de alto valor acrescentado instáveis à temperatura ambiente. Por isso, devem ser transportados e armazenados em recipientes entre 2 e 8ºC.

Quando o InnovChem é administrado aos pacientes, desencadeia uma acção terapêutica completa, evitando os efeitos secundários da sua degradação. O acesso aos biofármacos nos países em desenvolvimento, onde a cadeia de frio não está desenvolvida, é melhorada.

O projecto "M|GATE" levou ao palco Henri Franquelim, Marta Ribeiro, Isa Serrano, Miguel Castanho, Fernando Moreira e João Nascimento. Esta tecnologia "in vitro" avalia a passagem de fármacos através de barreiras celulares, uma solução, segundo os investigadores, mais rápida e fidedigna. Assim, identificam os fármacos que conseguem atravessar a barreira hemato-encefálica e chegar ao cérebro.

Debora Penque, Vukosava Torres, Nuno Charro, Bruno Alexandre, do Instituto Dr. Ricardo Jorge, Frederico Castelo e António Dinis foram os responsáveis pelo "Omics2Clinic", um novo teste de diagnóstico para o cancro da mama. Concebido para oncologistas e clínicos que precisem de escolher a terapia mais adequada, o "BCCfinder" é um teste de quantificação "precisa e inequívoca", que capacita a decisão clínica "ao indicar terapias e evitando tratamentos desnecessários".


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