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As Cajas de surpresas

As Cajas espanholas foram apontadas, durante mais de duas décadas, como um paradigma do relacionamento entre instituições financeiras e empresários. Em seminários, conferências e afins era recorrente apontar as Cajas como...

Negócios 02 de Junho de 2010 às 10:47
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As ‘Cajas’ espanholas foram apontadas, durante mais de duas décadas, como um paradigma do relacionamento entre instituições financeiras e empresários.

Em seminários, conferências e afins era recorrente apontar as ‘Cajas’ como um exemplo do que Portugal devia fazer para promover o desenvolvimento do seu tecido empresarial. Hoje, os que defenderam esta tese, assobiam para o ar.

As ‘Cajas’ serviram para alimentar os egos nacionalistas das autonomias espanholas e praticaram, em muitos casos, políticas de financiamento ruinosas, assentes em critérios regionais e de alinhamento político . A Caja Castilla La Mancha, salva em Março de 2009, com um aval de nove mil milhões de euros foi um caso emblemático. Só um promotor imobiliário da região, José Maria Barreda, possuía créditos equivalentes a 40% dos recursos próprios da instituição. Hoje, as ‘Cajas’ estão em processo acelerado de fusão, única forma de escaparem ao abismo.

Copiar modelos, sejam eles espanhóis ou irlandeses, é sempre uma má política. Hal Gergensen, professor de Liderança, que por estes dias esteve em Portugal, dizia a propósito dos inovadores, que se tratam de pessoas que agem de forma diferente, para pensar também de forma diferente. Transfira-se este conceito para o País e os resultado serão certamente diferentes – para melhor.

Quando se copia desconhece-se os pressupostos e a forma como um produto ou uma ideia se pode desenvolver. Quando se inova, seja em que área for, essa garantia existe e é meio caminho andado para o êxito. E evitam-se ‘Cajas’ e outras caixas de surpresas.




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