Os utilizadores do modelo de inteligência artificial (IA) generativa mais popular do mundo, o ChatGPT, poderão ter acesso aos conteúdos do jornal francês Le Monde e às publicações do grupo espanhol Prisa Media, que incluem o El País, Cinco Días e As, anunciou esta quarta-feira a OpenAI, que desenvolveu o ChatGPT, indicando que foram estabelecidas parcerias com os grupos de media.

Os conteúdos das publicações serão também usados para treinar os modelos de IA generativa, refere a empresa.

"Estamos determinados a apoiar o jornalismo aplicando novas tecnologias de IA e melhorando as oportunidades para os criadores de conteúdos. Em parceria com o Le Monde e a Prisa Media, o nosso objetivo é permitir aos utilizadores do ChatGPT ligarem-se às notícias de novas formas que são interativas e esclarecida", defende Brad Lightcap, "chief operating officer" (COO) da OpenAI, citado no comunicado.

"A nossa parceria com a OpenAI é um passo estratégico para garantir a disseminação de informação fiável para os utilizadores de IA, garantindo a integridade jornalística e fluxos de receitas neste processo", refere, por seu turno, o CEO do Le Monde, Louis Dreyfus.

"Aliarmo-nos com a OpenAI abre novas formas de nos ligarmos com os nossos leitores. Alavancando as capacidades do ChatGPT permite-nos apresentar o nosso jornalismo de qualidade e investigações de fundo de novas formas", diz o presidente e CEO da Prisa Media, Carlos Nuñez.

No ano passado, grandes grupos editoriais, como a Axel Springer e a Associated Press, assinaram acordos com a OpenAI para utilizar inteligência artificial generativa nas notícias.

Contudo, muitos grupos de media têm argumentado que a IA generativa levanta questões como violação de direitos de autor e exigem uma compensação pela utilização do seu conteúdo no desenvolvimento dos modelos de IA.

O The New York Times processou no ano passado a OpenAI e a Microsoft, que apoia a empresa, acusando as empresas de utilizar milhões dos seus artigos sem permissão.