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Portugueses continuam a confiar em notícias mas duvidam do que lêem na net

Portugal continua a ser um dos países do mundo onde a população mais acredita nas notícias, apesar de a confiança estar a baixar, começando também a existir preocupação sobre artigos falsos divulgados através das redes sociais.

Cofina Media
26 de Setembro de 2018 às 00:25
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Em causa está o estudo Reuters Digital News Report 2018, realizado pelo Reuters Institute for the Study of Journalism e em Portugal coordenado pelo Observatório da Comunicação (OberCom), que revela que o país é, juntamente com a Finlândia, aquele onde a população mais confia nas notícias, isto numa lista de 37 em todo o mundo.

 

O documento, que teve por base inquéritos 'online' feitos entre Janeiro e Fevereiro deste ano, num total de 74.194 inquiridos, cerca de 2.000 por país, demonstra assim que, em Portugal (como na Finlândia), 62% confiam nas notícias.

 

Ainda assim, e "apesar dos elevados níveis de confiança, observa-se, entre 2015 e 2018, uma quebra significativa da confiança", realçam Gustavo Cardoso, Miguel Paisana e Ana Pinto Martinho, investigadores do OberCom em comunicado.

 

A confiança geral nas notícias passou, assim, de 65,6% em 2015 para 62,1% este ano, enquanto a confiança nos conteúdos consumidos baixou de 71,3% para 62,3% em 2018.

 

Portugal é também o segundo país onde a população mais se preocupa sobre o que é real ou falso na internet, segundo indicaram 71% dos inquiridos, logo a seguir aos do Brasil urbano.

 

A internet é, aliás, uma das formas mais usadas pelos portugueses para aceder a notícias, incluindo através das redes sociais, mas a televisão continua a ser o principal meio, usada por mais de 55% dos inquiridos.

 

No meio 'online', os portugueses disseram chegar às notícias indo directamente às páginas dos meios de comunicação, pesquisando em motores de busca ou procurando nas redes sociais.

 

Mas, quanto ao pagamento destas notícias em formato digital, apenas 8,6% dos inquiridos afirmaram fazê-lo, menos 0,9% do que no ano anterior.

 

Entre os 37 países, Portugal é, inclusive, um daqueles onde menos se paga por este tipo de conteúdos, juntamente com o Canadá e o Chile.

 

Quanto aos conteúdos duvidosos e às chamadas notícias falsas (as 'fake news'), 48,7% dos inquiridos afirmou ter-se deparado com artigos com erros factuais ou títulos enganadores, enquanto 41,6% disse ter encontrado títulos que pareciam ser de peças jornalísticas, mas eram de anúncios. Já outros 37,7% indicaram ter visto notícias com factos manipulados.

 

Os inquiridos indicaram ainda que acediam aos conteúdos noticiosos essencialmente através do computador (80,7%), mas também destacaram a utilização do telemóvel (77,8%). Tal utilização leva a que, pela primeira vez neste estudo, os portugueses indiquem usar dois aparelhos para aceder a notícias na Internet, em vez de usarem só um.

 

São as notícias em texto que os portugueses mais preferem, à frente de outros meios como o vídeo.

 

Questionados relativamente aos órgãos de comunicação a que acederam recentemente, os inquiridos afirmaram que, no que toca à televisão tradicional, viram mais a SIC, a TVI e a RTP, isto por ordem decrescente.

 

Nos canais noticiosos, os mais indicados foram a SIC Notícias e a TVI 24.

 

Relativamente aos jornais em papel, as escolhas dos inquiridos recaíram sobre o Jornal de Notícias e Correio da Manhã, enquanto na imprensa 'online' se destacaram o Jornal de Notícias e o Público.

 

No que toca a publicações digitais, os inquiridos mencionaram, por esta ordem, o portal Sapo, o Notícias ao Minuto e o Observador.

 

Este é o sétimo relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism e o quarto com informações sobre Portugal.

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