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Orçamento da nova RTP2 produzida no Norte duplica para 8 milhões de euros
Poiares Maduro atribuiu a maior aposta na programação do canal, que passará a ser produzido e emitido no Norte, à eficiência alcançada pela empresa pública nos últimos dois anos.
A RTP 2 terá um orçamento de grelha externa próximo dos oito milhões de euros, o que praticamente duplica aquele que era o dinheiro disponibilizado anualmente para o canal, cujo custo total será "um pouco superior" depois de somados também os custos internos, adiantou esta sexta-feira o presidente da RTP, Alberto da Ponte.
À margem da apresentação das novidades da RTP2, que passa agora a ser produzida pelo Centro de Produção do Norte (CPN) da empresa e emitida a partir das instalações do Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia, o ministro da tutela explicou que o reforço do orçamento é a prova de que os "esforços financeiros" realizados são também uma "oportunidade para renovar a empresa" e torná-la "mais próxima daquilo que é a qualidade que se exige ao serviço público".
"Um dos problemas de que a RTP sofria era que a distribuição da sua despesa não estava equilibrada. À medida que a empresa consegue ser mais eficiente em certas áreas pode apostar mais na programação. E desde logo na RTP2, que é um serviço de programas extremamente importante, que com esta transferência para o Porto se valoriza também", apontou Miguel Poiares Maduro.
O presidente do conselho de administração da RTP detalhou que as primeiras alterações na grelha de programação arrancarão de imediato – na segunda-feira, 7 de Abril, estreia o clássico "Jornal 2", às 21h, e também o renovado "Sociedade Civil" –, mas só a partir de Setembro é que se verá uma "transformação mais concreta". "É um plano de médio e longo prazo, de acordo com o tratado de concessão actual e o que será certamente o tratado de concessão futuro", acrescentou.
Questionado sobre o uso de recursos internos da empresa para produzir o canal, Alberto da Ponte esclareceu que "quando se fala de externalização fala-se naquilo que pode ser externalizado ou que é melhor que seja externalizado", frisando que "é evidente que enquanto houver – e se houver – competências dentro da RTP que possam preencher o espaço editorial, evidentemente" continuarão a ser utilizados. Sendo a prioridade a produção de conteúdos, o gestor advertiu que "a produção interna terá que produzir os conteúdos com qualidade e com eficiência".
Rescisões com o "mínimo custo social"
O presidente da empresa remeteu para o início da próxima semana a divulgação do número definitivo de trabalhadores que sairão através do programa de rescisões encetado pela empresa, em virtude de um adiamento do prazo facultado pela administração.
Já o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, que tutela o serviço público de televisão, lembrou que "qualquer empresa está sempre sujeita a mutações desse tipo [saída de trabalhadores do quadro] e a RTP tem ainda de adequar os seus recursos humanos". "E a orientação que a administração tem é fazer essa adequação dos recursos humanos na medida do possível aumentando também a qualidade dos seus recursos humanos em certos domínios e reduzindo esses custos com o mínimo custo social para os trabalhadores", recordou.
"O processo de reestruturação da empresa continua em curso, a empresa continua a fazer um esforço financeiro importante. Tem vindo a fazê-lo ao longo dos últimos dois anos e só posso estar satisfeito com a circunstância de que, mesmo nesse contexto, os seus trabalhadores e a sua administração conseguiram concretizar a promessa de ter no Porto um centro de decisão, a responsabilidade editorial por um dos serviços de programa. É bom para o Porto e para todo o País porque é mais um centro de pensamento sobre o que é a televisão", concluiu Poiares Maduro.