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Morreu Emídio Rangel

O jornalista e ex-director-geral da SIC e da RTP Emídio Rangel morreu hoje vítima de doença prolongada no Hospital Egas Moniz, onde estava internado há 15 dias, disse à Lusa fonte próxima da família.

Pedro Garcia / Flash
13 de Agosto de 2014 às 12:46
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Nascido a 21 de Setembro de 1947 em Sá da Bandeira, actual Lubango, Angola, Emídio Rangel era o mais velho de quatro irmãos, entre os quais o juiz Rui Rangel.

Com duas filhas, Emídio Rangel, que estava a lutar contra um cancro na bexiga, dez anos depois de ter vencido um tumor idêntico, tem o seu percurso para sempre ligado à génese da rádio TSF e da televisão SIC.

 

Licenciado em História, pela Universidade Clássica de Lisboa, chegou a frequentar o curso de Direito, mas os compromissos profissionais acabaram por impedir a sua conclusão.

 

Iniciou a sua actividade em 1964 na Rádio Clube de Huíla e três anos depois muda-se para a rádio Comercial de Angola onde veio a desempenhar funções de chefe dos serviços de produção.

 

Em 1975, Emídio Arnaldo Freitas Rangel chega a Lisboa, onde começou a vender enciclopédias, mas em breve ingressa por concurso público na RTP, ficando em segundo lugar entre 300 candidatos.

 

Posteriormente, Rangel abraça um novo projecto enquanto membro fundador da TSF - Cooperativa de Profissionais de Rádio. O seu nome ficaria para sempre ligado à estação, tendo sido director e ascendido a presidente do conselho de administração entre 1992 e 1993.

 

Na sua ligação à TSF, um dos momentos que ficaria na memória de muitos é o célebre episódio em que Rangel utilizou um berbequim para forçar a entrada das instalações da rádio.

 

No seu currículo acumulou experiência como colaborador da BBC em Portugal, correspondente da TDM - Teledifusão de Macau e enquanto gerente da revista Grande Reportagem e da estação de rádio NRJ - Rádio Energia.

 

Entretanto, em Fevereiro de 1992, Francisco Pinto Balsemão convida-o para um novo desafio profissional, enquanto director de informação da SIC. Rangel pede 48 horas para reflectir e aceita o convite, assumindo em Abril do mesmo ano o cargo. No entanto, com a saída de Maria Elisa da direcção de programas da SIC, passa a acumular as duas direcções a partir de agosto do mesmo ano.

 

Rangel ficaria à frente da informação e dos programas até agosto de 2001, ano em que acumulou ainda o cargo de director-geral de Conteúdos da estação de Carnaxide, até Setembro.

 

Um ano antes, Emídio Rangel tinha recusado o programa Big Brother, que o seu rival da TVI, José Eduardo Moniz, agarrou e fez disparar as audiências da estação de televisão de Queluz.

 

A guerra pelas audiências entre a SIC e a TVI, protagonizadas pelos 'titãs' dos privados Emídio Rangel e José Eduardo Moniz, acabaria por favorecer este último, que à boleia do Big Brother arranca bons resultados.

 

Rangel ficaria na SIC até Setembro de 2001, uma saída que o mercado tinha vindo a prenunciar nos últimos meses.

 

Um mês depois, Emídio Rangel vai para a RTP, onde é director-geral até Setembro de 2002.

 

"As pessoas têm que viver apaixonadamente os projectos, ter espaço para a criatividade, ter estímulo. Assim conseguem chegar ao topo, como chegou a TSF e a SIC", referia em maio de 1996 Emídio Rangel, num artigo no Semanário.

 

(notícia actualizada às 13h23 com mais informação)

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