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Impresa reduz 74% dos prejuízos para 858 mil euros
Foi pelo lado da redução dos custos que a detentora da SIC conseguiu melhorar o resultado líquido do primeiro trimestre, já que as receitas se mantiveram em queda, nomeadamente no campo da publicidade e da circulação. A Impresa mantém-se, contudo, com prejuízos, apesar de ter registado uma melhoria dos resultados operacionais.
A quebra dos custos foi mais acentuada do que a descida das receitas e, por isso, a dona da SIC conseguiu melhorar os resultados operacionais no primeiro trimestre de 2013. Contudo, a Impresa não foi capaz de apresentar lucros no referido período.
O prejuízo da empresa dirigida por Pedro Norton (na foto) foi de 857,8 mil euros nos primeiros três meses do ano, o que reflecte uma descida de 74% face ao resultado líquido negativo de 3,3 milhões de euros alcançado no período homólogo. A apresentação de prejuízos é “habitual no primeiro trimestre de cada ano”, segundo considera a companhia.
O resultado líquido da Impresa, divulgado pela empresa em comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), é menos negativo do que antecipado pela casa de investimento do BPI, que esperava um prejuízo de 900 mil euros.
A apresentação de um prejuízo inferior ao do trimestre anterior foi conseguido numa altura em que os resultados operacionais da companhia detida por Francisco Pinto Balsemão melhoraram. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) alcançou os 3,6 milhões de euros entre Janeiro e Março, mais do que triplicando o valor do mesmo período do ano anterior, 1,1 milhões. A margem de EBITDA avançou de 2% para 7%.
Jornais e revistas ajudam custos, SIC apoia receitas
A melhoria do EBITDA foi conseguida pelo desempenho da empresa a nível de custos operacionais, cuja descida compensou a queda das receitas. A empresa, que além da SIC é dona do “Expresso” e da “Visão”, registou uma descida de 6,7% dos custos operacionais para os 48 milhões de euros, “como consequência, principalmente, das medidas de reestruturação tomadas em 2011 e 2012”. Essas medidas envolveram o fecho de publicações e rescisões com vários trabalhadores. A maior parte do corte de custos ocorreu na secção de “publishing” (jornais e revistas).
“Deste modo, os custos variáveis caíram 5,2%, com os custos de produção e de programação a serem os principais responsáveis por esta descida, e os custos fixos desceram 9,4%, devido à redução dos custos com pessoal e de custos com fornecimento e serviços externos”, especifica o comunicado.
No campo das receitas, também houve uma descida, neste caso de 1,8% para 51,6 milhões de euros. O maior deslize, de 9,7%, foi sentido pelos proveitos com as vendas de publicações – a empresa considera que a comparação é afectada pelo facto de se estar a comparar com um período em que detinha mais publicações.
As receitas publicitárias não escaparam às quedas, com uma descida de 5,8%, sendo que os proveitos com a subscrição de canais temáticos recuaram 1,2%, “devido à retracção do mercado doméstico, não totalmente compensada pelo crescimento de 9,9% da área internacional”. O ponto positivo veio do aumento de 35,5% das receitas de multimédia, ajudadas sobretudo pela SIC.
Segundo o mesmo documento, “a dívida líquida, no final do primeiro trimestre de 2013, cifrava-se em 213,4 milhões de euros, uma redução de 10,1 milhões de euros face ao trimestre homólogo [4,5%]”.
Controlo de custos é para continuar
No comunicado emitido esta quarta-feira, a empresa liderada por Pedro Norton afirma ter-se preparado “para enfrentar uma conjuntura ainda muito adversa em 2013”.
“Neste sentido, e tendo como principais objectivos a melhoria dos resultados operacionais, a diversificação das receitas, a continuação do esforço de redução do passivo remunerado e o regresso aos resultados líquidos positivos, a Impresa vai continuar a manter um apertado controlo dos custos operacionais e a aposta na conquista de quota de mercado”, acrescenta o comunicado da empresa.
Em Março, aquando da apresentação dos resultados anuais, a empresa do grupo detido por Pinto Balsemão tinha antecipado a expectativa de regressar aos lucros em 2013. Nessa altura, foi afastada a intenção de se efectuarem novas reestruturações no grupo, além das que ocorreram nos anos anteriores.