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Cristina Ferreira: Pedido de 20 milhões da SIC "não tem qualquer fundamento"

Apresentadora admite que está disposta a lutar na Justiça para defender os seus interesses.

19 de Agosto de 2020 às 16:22
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A SIC exige uma indemnização de 20 milhões de euros a Cristina Ferreira, devido ao incumprimento do contrato que estava em vigor até 2022, mas a apresentadora refuta e diz que vai defender interesses "até às últimas instâncias".

A notícia foi avançada hoje pelo Correio da Manhã, cerca de um mês depois de ter sido conhecida a saída da apresentadora da SIC para assumir a direção de entretenimento e ficção na TVI, uma decisão que surpreendeu o mercado.

O pedido de indemnização, no valor de 20.202.501,21 euros, foi enviado esta semana à apresentadora e dá um prazo de 15 dias para saldar este montante ou para a apresentação de um plano de pagamento, adiantou fonte próxima do processo à Lusa.

Em comunicado, Cristina Ferreira afirma: "Confirmo que a SIC me interpelou ao pagamento de uma indemnização por lucros cessantes no valor de cerca de 20 milhões de euros".

Sobre esta matéria, "gostaria apenas de esclarecer que a referida quantia não tem qualquer fundamento ou base contratual, pelo que refuto em absoluto a pretensão daquela entidade, estando disposta a assegurar e defender os meus interesses até às últimas instâncias", declarou Cristina Ferreira.

"Por fim, não posso deixar de registar a minha surpresa pela posição agora assumida por uma estação que tem assente a sua comunicação numa estratégia de funcionamento em equipa e liderança de audiências, nunca assente numa só pessoa", conclui a apresentadora.

O montante apurado tem em conta, além do incumprimento do contrato, os prejuízos calculados por perdas de receitas em IVR (concursos com chamadas de valor acrescentado), em publicidade, em patrocínios e em ações comerciais.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da SIC escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o assunto.

Em 17 de julho foi tornado público que a apresentadora Cristina Ferreira iria regressar à TVI em setembro como diretora de entretenimento e ficção, tendo manifestado interesse junto da Prisa em comprar uma participação no capital social da Media Capital.

Cristina Ferreira regressa à estação de Queluz quase dois anos depois da sua saída.

Nesse mesmo dia, a SIC, em comunicado, informava que Cristina Ferreira "decidiu cessar unilateralmente a sua ligação à SIC, colocando termo ao contrato que a vinculava até 30 de novembro de 2022", lamentando a "decisão abrupta e surpreendente".

Nessa mesma altura, a estação do grupo Impresa adiantou que reservava "todos os seus direitos em face desta situação".

O anúncio do regresso de Cristina Ferreira à TVI aconteceu um dia depois de ter sido anunciado que Manuel Alves Monteiro era o novo presidente executivo da Media Capital, na sequência da renúncia de Luís Cabral ao cargo, e da nomeação de Nuno Santos como diretor-geral da estação de Queluz.

Precisamente há dois anos, a TVI anunciava a saída da apresentadora para a SIC, após 16 anos na estação televisiva de Queluz.

Em 07 de janeiro de 2019, a apresentadora arrancou com o "Programa da Cristina" na SIC, que estreou a liderar, atingindo um resultado histórico de 40,1% de 'share', valor que a estação não registava desde 2002.

Há cerca de três meses, mais concretamente em 14 de maio, o empresário Mário Ferreira comprou 30,22% da Media Capital, através da Pluris Investments, numa operação realizada por meio da transferência em bloco das ações por 10,5 milhões de euros.

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