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Sonae Indústria com lucros de 20,9 milhões até Setembro

A empresa onde começou o império Sonae passou de prejuízos a resultados positivos nos primeiros nove meses deste ano. Paulo Azevedo destacou o sinal verde pelo quinto trimestre consecutivo e a diminuição da dívida.

Paulo Duarte
16 de Novembro de 2017 às 19:02
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A Sonae Indústria fechou os primeiros nove meses deste ano com um resultado líquido consolidado de 20,9 milhões de euros, mais 42,2 milhões de euros do que em igual período do ano passado, em que tinha registado prejuízos. Os lucros no terceiro trimestre melhoraram 700 mil euros em termos homólogos, confirmando as boas indicações deixadas pela empresa na primeira metade de 2017.

 

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o presidente da Sonae Indústria, Paulo Azevedo, salientou que este foi o quinto trimestre consecutivo com resultados líquidos positivos e que "contribuíram positivamente" para estes resultados os negócios que detém na íntegra e também a Sonae Arauco, resultante de uma parceria fechada em 2016 para os painéis derivados de madeira, químicos e impregnação de papel.

 

"A margem EBITDA recorrente consolidada foi de 17,7%, similar à verificada no trimestre anterior, beneficiando do desempenho do negócio na América do Norte [que ficou de fora do acordo com os chilenos]. Incluindo a participação de 50% na Sonae Arauco, a margem EBITDA Recorrente proporcional atingiu 14,1% durante o terceiro trimestre. No entanto, os resultados no trimestre foram negativamente afectados pelo aumento do custo dos químicos quando comparado com o ano passado (…), que não foi completamente absorvido pelo mercado nem pelas melhorias na eficiência da produção e no mix de vendas por produto", analisou Paulo Azevedo.

 

O gestor da empresa controlada pela Efanor (69%) destacou, por outro lado, que o "balanço continuou a reforçar-se durante este trimestre, com uma diminuição da dívida líquida de três milhões de euros e os capitais próprios a beneficiarem mais uma vez dos resultados positivos". Os custos fixos até caíram nos primeiros nove meses deste ano, face ao período homólogo, mas o peso no volume de negócios subiu ligeiramente para 15,8%.

 

É que a facturação consolidada até Setembro diminuiu 2,1% até Setembro, atingindo os 178,8 milhões de euros, devido a "menores vendas para os mercados nórdicos no negócio de laminados e componentes e menores volumes de vendas para o mercado do Canadá no negócio da América do Norte". No trimestre, as vendas caíram 5,1 milhões, para 57 milhões de euros, justificadas pela comparação de valores com uma fase marcada por "volumes de vendas muito fortes na América do Norte".

Investir para recuperar dos incêndios florestais

 

Nesta comunicação ao mercado, o líder da companhia de aglomerados de madeira adianta que concluiu em Outubro um investimento numa nova linha de orlagem para o negócio de componentes em Portugal. A expectativa é que ela esteja completamente operacional até ao final do ano, permitindo "uma melhoria significativa da produtividade e competitividade neste negócio" e o fornecimento de produtos e serviços com maior qualidade.

 

Mais negativa, também no mês passado, foi a ocorrência dos graves incêndios no Interior do país e que acabaram por "afectar materialmente" as fábricas da Sonae Arauco em Oliveira do Hospital e em Mangualde, que estavam cobertas por seguros. Na altura, a empresa referiu que os fogos florestais provocaram "danos significativos nos parques de madeiras e equipamentos instalados nesses parques e nos sistemas eléctricos e cablagens das duas unidades industriais".

 

Confirmando a estimativa de que as duas fábricas só voltarão a estar totalmente operacionais dentro de quatro meses, Paulo Azevedo assegura que "algumas actividades serão reiniciadas gradualmente, incluindo as linhas de melamina em Oliveira do Hospital" e também que estão a "responder às necessidades dos clientes recorrendo a placas fornecidas por outras fábricas". "Apesar dos incêndios, não haverá disrupção na execução do nosso investimento numa nova prensa contínua na fábrica de Mangualde", garantiu ainda o gestor.

 

No ano passado, a empresa onde começou o império Sonae pôs fim a oito exercícios de prejuízos, ao fechar com lucros de 11 milhões de euros. Do portefólio industrial da companhia faziam parte 17 fábricas em cinco países (Portugal, Espanha, Alemanha, Canadá e África do Sul) e uma folha salarial composta por mais de 3.269 trabalhadores, dos quais quase mil em território nacional.


(Notícia actualizada às 19:15 com informações sobre os investimentos e os danos causados pelos incêndios)

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