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Portugueses interrompem quebra acentuada no consumo de cerveja
Cada português bebeu 46 litros de cerveja em 2015, menos 13 do que no início desta década. Os produtores contestam a carga fiscal sobre o sector por criarem emprego e usarem matérias-primas nacionais.
O consumo de cerveja per capita estabilizou em 2015 nos 46 litros, depois de cinco anos consecutivos de redução, numa quebra acumulada de 22% ao longo destes anos. Os produtores recuperam agora o fôlego e lembram os motivos para este comportamento, do agravamento fiscal à contracção no mercado interno.
O presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja (APCV), Rui Lopes Ferreira, sustenta que 63% da cerveja é vendida em Portugal nos bares, cafés e restaurantes. Locais que os portugueses deixaram de frequentar tanto desde o início desta década, fruto do encolhimento no rendimento disponível, e também em que o IVA subiu em 2012 para 23%.
Em resultado desta quebra no consumo, acrescentou ao jornal Público, a produção de cerveja no mercado interno caiu 11% desde 2010. "Não desceu tanto como o consumo porque há uma compensação com as exportações. Todavia, a contribuição fiscal do sector nestes cinco anos aumentou 28%", detalhou o gestor, que lidera a APCV desde Agosto de 2015
Em causa está sobretudo o imposto especial sobre as bebidas alcoólicas, que abrange as cervejas, e que esta associação empresarial batalha por baixar há vários anos, com o argumento de que o sector usa matérias-primas portuguesas e gera emprego no país. Porém, ao contrário do vinho, que continua protegido, na proposta do Orçamento do Estado para 2017 está previsto um novo aumento de 3%.