Notícia
Newpal compra à Atena fábrica da Lousã com mais de 300 anos e 120 trabalhadores
O dono da Palbit e da Copam adquiriu à “private equity” a Prado – Cartolinas da Lousã, a mais antiga unidade do setor em laboração contínua em Portugal, que fatura 24 milhões de euros e exporta 85% da sua produção para cerca de 50 países.
Em 1716, o genovês José Maria Ottone obtinha alvará régio de D. João V para instalar no Penedo, Lousã, uma fábrica e abastecer de papel a Universidade de Coimbra.
Em 1875, a empresa que detinha a fábrica de papel do Penedo fusiona-se com uma vizinha, constituindo-se a Companhia do Papel do Prado, que viria a fazer parte do universo Champalimaud.
Nacionalizada em 1974 e integrada no grupo Portucel, foi reprivatizada em 1999.
Adquirida pela falida Finpro, que era controlada pelo Estado, Banif e grupo Amorim, a Companhia do Papel do Prado foi comprada em abril de 2016 por um fundo gerido pela "private equity" Atena Equity Partners, que apresentou a Prado Karton (a empresa de Tomar) à insolvência no ano seguinte e prosseguiu com a atividade da "irmã" Prado – Cartolinas da Lousã.
10 de dezembro de 2024: a Atena acaba de anunciar que vendeu a Prado – Cartolinas da Lousã à Newpal, que é detida pelo "family office" de Jorge Manuel Pinto Ferreira e dona da produtora de ferramentas Palbit (de Albergaria-a-Velha) e da Copam, líder no mercado nacional na produção e comercialização de produtos à base de amido, que adquiriu em abril de 2022 por cerca de 19 milhões de euros.
"A Atena Equity Partners concluiu a alienação da Prado - Cartolinas da Lousã ao grupo português Newpal, concluindo um ciclo de investimento na empresa que permitiu reforçar a sua posição de liderança no mercado ibérico de cartolinas de elevada gramagem e ser um ‘player’ de referência no mercado internacional, nomeadamente na Europa e na Oceânia, com as exportações diretas e indiretas a representarem 87% do total", avança a "private equity", em comunicado.
A estratégia implementada pela Atena desde abril de 2016, com a equipa de gestão liderada por Manuel Cavaco Guerreiro, que irá continuar a liderar a empresa, "conduziu a um aumento das vendas para 24 milhões de euros, bem como uma melhoria da rentabilidade em quase 50% e uma redução da dívida para metade", garante a Atena, sem detalhar.
"A Prado Cartolinas da Lousã é líder no seu sector de atividade e reconhecida internacionalmente, exportando a sua produção para cerca de 50 países. O investimento que realizámos permitiu restruturar o grupo e fazer crescer a empresa, conquistando a confiança de clientes exigentes e marcas de luxo em todo o mundo com o nosso papel de alta gramagem", afirma João Rodrigo Santos, sócio fundador da Atena.
Para João Rodrigo Santos, a alienação à Newpal "materializa o valor criado na empresa e oferece a oportunidade ao novo acionista, português, de prosseguir com a exploração das suas vantagens competitivas".
Com mais de 300 anos de história, a Prado Cartolinas da Lousã é a unidade fabril mais antiga do país em laboração contínua, sendo apresentada como "líder de mercado ibérico e um ‘player’ importante a nível internacional no segmento das cartolinas de elevada gramagem", tendo alcançado uma capacidade de produção de cerca de 25 mil toneladas de cartolina.
Do portefólio da Atena fazem parte empresas como a rede de clínicas dentárias Malo Clinic, a de moldes Tecnifreza, a farmacêutica Sidefarma, a de acabamentos têxtil de luxo Quinta & Santos, a rede Unisana Hospitais, a fabricante de brinquedos educativos Science4You, a produtora e comercializadora de produtos de cerâmica "tableware" Matcerâmica ou o grupo especialista em cibersegurança e tecnologias de informação Redshift.