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Lucros da Semapa crescem 68% para 122 milhões até setembro
A holding que controla a Navigator e Secil aumentou o volume de negócios em 4,7%. Até setembro a Semapa investiu 82 milhões de euros e reduziu a dívida líquida consolidada em 138 milhões.
A Semapa registou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido de 122,2 milhões de euros, o que representa um aumento de 68% face aos 72,8 milhões apurados no período homólogo de 2020.
Este crescimento, explica a holding que controla a Navigator, a Secil e a ETSA na apresentação das contas de setembro, "resultou de uma evolução favorável do EBITDA, conjugada com uma melhoria nos resultados financeiros decorrente dos menores efeitos cambiais negativos na Secil, uma redução das depreciações, amortizações e perdas por imparidade e provisões", ao mesmo tempo que foi "negativamente influenciado pela função fiscal" em 21,5 milhões de euros.
O volume de negócios consolidado do grupo somou até setembro 1.515,3 milhões de euros, mais 4,7% face ao período homólogo de 2020, dos quais 1.119,6 milhões foram gerados pela papeleira Navigator (mais 7,3%), 366,7 milhões de euros pela cimenteira Secil (menos 3,5%) e 29,1 milhões pela empresa da área do ambiente ETSA (mais 24,4%).
As exportações e vendas no exterior neste período ascenderam a 1.108,9 milhões de euros, o que representa 73,2% do volume de negócios.
O EBITDA dos primeiros nove meses deste ano totalizou 364,8 milhões de euros, aumentando 38,7 milhões de euros face ao período homólogo. No segmento da pasta e papel, foram gerados 246 milhões de euros (mais 16,9%), 107,3 milhões de euros no cimento (menos 0,1%) e 11,5 milhões de euros no ambiente (mais 47,4%).
"O EBITDA da Secil manteve-se estável quando comparado com o período homólogo do ano anterior, apesar do ano de 2020 ter sido impactado positivamente por mais-valias geradas na alienação de ativos (cerca de 7 milhões de euros)", explica a Semapa no comunicado de apresentação dos resultados do terceiro trimestre, acrescentando que sem esse efeito o EBITDA da Secil teria crescido 6,2%.
O investimento do grupo liderado por João Castello Branco (na foto) nos primeiros nove meses cifrou-se em 82 milhões de euros, incluindo 13,8 milhões de euros no projeto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (ID&T) e descarbonização na fábrica de cimento de Outão.
Segundo explica a Semapa, o projeto CCL – Clean Cement Line "contempla vários subprojectos que têm como principais objetivos desenvolver e demonstrar à escala industrial uma nova tecnologia de produção de cimento, reduzir as emissões de CO2 da fábrica em pelo menos 20%, aumentar a eficiência energética em 20% e gerar 30% de eletricidade por um inovador sistema de geração híbrido, através da recuperação de calor do processo e da energia solar térmica concentrada".
"Este projeto é simultaneamente PIN - Projeto de Interesse Nacional, e é à data o maior projeto de ID&T do programa Portugal 2020", diz ainda o grupo, recordando que estima que o investimento total ascenda a cerca de 86 milhões de euros, a concluir até 2023.
No final de setembro a dívida líquida consolidada atingiu 1.077,2 milhões de euros, 138 milhões de euros abaixo da registada no final de 2020.
No final do terceiro trimestre, o total de disponibilidades de caixa e equivalentes consolidadas ascendia a 323,6 milhões de euros, tendo o grupo, adicionalmente, um conjunto de linhas contratadas e não utilizadas no total de 591,1 milhões de euros.