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Lucros da Navigator sobem 151% até junho

O volume de negócios da produtora de pasta e papel aumentou quase 60% no primeiro semestre, com a "evolução favorável de preços". Do lado dos custos logísticos, a Navigator fala em "níveis nunca vistos".

A evolução de custos continua a ser das principais preocupações do grupo.
D.R.
21 de Julho de 2022 às 19:38
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A Navigator registou no primeiro semestre deste ano lucros de 161,9 milhões de euros, o que equivale a um aumento de 151,3% face aos 64,4 milhões registados no mesmo período de 2021.

Na apresentação das contas até junho, esta quinta-feira, a produtora de pasta e papel revela que o volume de negócios totalizou 1.142 milhões de euros, "impulsionado pela evolução favorável de preços", o que representa um crescimento de 59,8% face ao período homólogo.

A empresa sublinha que 94% das vendas de papel UWF foram efetuadas no mercado externo, ainda que as vendas no mercado nacional tenham aumentado em cerca de 13% "em resposta à escassez de papel que se fez sentir no país ao longo de todo o semestre".

O EBITDA ascendeu neste semestre a 345 milhões de euros, mais 129% do que o registado há um ano, com a margem sobre vendas a somar 30% (mais 9 pontos percentuais face ao período homólogo), "beneficiando do esforço de melhoria de eficiência e consumos, e evolução muito favorável dos preços de venda estabelecidos nos mercados internacionais", explica.

O endividamento líquido da empresa - que esta quinta-feira anunciou um acordo com a empresa alemã P2X Europe para a produção de combustíveis verdes para o setor da aviação - registou no primeiro semestre uma redução do endividamento de cerca de 137 milhões de euros (face a 2021) para 521 milhões. O rácio de dívida líquida/ EBITDA passou assim de 2,22x para 0,95x.

Na apresentação dos resultados semestrais, a Navigator salienta que mantém "uma carteira de encomendas historicamente alta, reflexo da forte quebra de oferta disponível nas principais regiões onde opera", apontando que na Europa "poderá haver espaço para novas reduções de capacidade no seguimento de decisões estratégicas e/ou devido a problemas de rentabilidade dado o forte aumento de custos variáveis que assolam o setor".

O grupo considera ainda que "o setor da pasta vive um momento único a nível global, com os preços a atingir valores recorde em todo o mundo", tendo em conta o "desbalanceamento muito forte, ainda que temporário, entre oferta e procura no mercado da pasta, bem como à concentração de paragens de manutenção anuais globais no primeiro semestre e ao atraso no arranque de novos investimentos", a que acresceram os efeitos da greve nos primeiros quatro meses do ano no Norte da Europa e os constrangimentos logísticos que "penalizaram também a oferta disponível".

Segundo refere, regista-se ainda "aumentos relevantes no tempo de trânsito, numerosos atrasos nas entregas e genericamente a falta de meios logísticos".


A Navigator salienta, igualmente, o disparo dos custos logísticos "para níveis nunca vistos", antecipando para os próximos meses que "permaneçam os problemas logísticos, nomeadamente de congestionamento nos portos, como consequência da falta de recursos humanos e desbalanceamento dos meios necessários a uma operação fluida".

"Neste enquadramento, a Navigator atuou rapidamente, aumentando a produtividade dos seus ativos industriais e potenciando a eficiência no consumo de matérias-primas e subsidiárias, moderou o aumento dos custos variáveis via contenção dos consumos, nomeadamente na produção de pasta, e continuou o esforço de contenção de custos fixos, que aumentaram proporcionalmente menos do que o crescimento da atividade", diz a empresa, que assinala ainda que a valorização do dólar neste período refletiu-se também nos preços médios, com impacto positivo nos seus resultados.

Na sua mais recente aposta, o segmento de packaging, foram atingidas vendas de 51 milhões no semestre, "aproximadamente a faturação de todo o ano de 2021", diz.

 

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