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Lucros da Corticeira Amorim caem 29%

A Corticeira Amorim terminou o ano passado com um lucro 29% inferior ao registado um ano antes.

Paulo Duarte/Negócios
27 de Fevereiro de 2018 às 07:25
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A Corticeira Amorim fechou o ano passado com um lucro de 73 milhões de euros, menos 28,9% do que em 2016, revelou a empresa em comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Quando analisados os números apenas do quarto trimestre, a Corticeira registou um lucro de 16,6 milhões de euros, em linha com o estimado pelo BPI (16 milhões de euros).

 

A queda nos lucros ficou a dever-se ao facto de em 2016 a Corticeira Amorim ter beneficiado com a mais-valia obtida através da venda de uma unidade nos estados Unidos. "Excluindo o efeito que a alienação da US Floors teve no resultado de 2016, o resultado de 2017 registou um aumento de 0,3% face ao ano anterior", refere um comunicado da empresa liderada por Rios de Amorim.

 

Apesar da queda nos lucros, a Corticeira Amorim vai pagar um dividendo regular de 18,5 cêntimos por acção, o que representa um aumento de 0,5 cêntimos face à remuneração do ano passado (18 cêntimos por acção).


Ao nível dos indicadores operacionais, a Corticeira registou uma evolução positiva, com as vendas a aumentarem 9,4% para superarem a marca dos 700 milhões de euros pela primeira vez (701,6 milhões de euros).

 

A Corticeira Amorim explica que este aumento foi impulsionado "pela integração das subsidiárias adquiridas em 2017, em especial o Grupo Bourrassé (Bourrassé), cuja actividade passou a ser consolidada a partir de 1 de Julho de 2017", embora sem estes efeitos as vendas tenham registado também uma evolução positiva (+5,3%). A cotada foi penalizada em 1,8 milhões de dólares pela desvalorização do dólar, sendo que para o aumento das receitas contribuiu sobretudo o crescimento das vendas em volume.

 

Por áreas de negócio, as receitas da unidade de fabrico de rolhas (a maior da empresa) aumentaram 12,8% e na divisão de revestimentos o crescimento foi de 3,8%.

 

O EBITDA da Corticeira Amorim aumentou 9,2% para 133,59 milhões de euros em 2017, sendo que no quarto trimestre subiu 5% para 28,2 milhões de euros (os analistas do BPI estimavam 29 milhões). O rácio EBITDA sobre as vendas foi de 19,0%, ligeiramente abaixo do registado em 2016 (19,1%).

 

A dívida liquida mais do que duplicou para 92,8 milhões de euros, uma evolução que a empresa explica com o impacto da "aquisição da Bourrassé e, em menor escala, da Sodiliège, sendo o custo com as aquisições de aproximadamente 31 milhões de euros".

 

"De notar que a inclusão destas novas subsidiárias no perímetro de consolidação implicou também a integração nas contas consolidadas da dívida existente nestas empresas (no valor de 35,4 milhões de euros)", refere a Corticeira, salientando que "apesar do aumento do endividamento, foi ainda possível registar uma melhoria da função financeira, decorrente de taxas de juro inferiores".

As vendas da Corticeira superaram em 3% as estimativas do BPI, enquanto o EBITDA ficou abaixo das previsões, em cerca de 2%, com as margens a ficaram aquém do esperado. Contas feitas, realça o BPI, os resultados ficaram em linha com as previsões deste banco de investimento.

 

(Notícia actualizada às 7:54 com mais informação)

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