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Lucros da Corticeira Amorim baixam 29% no primeiro semestre

As vendas da líder mundial do setor decresceram 7,1% na primeira metade do ano, para pouco mais de 500 milhões de euros, com a dívida remunerada líquida a aumentar 50 milhões para 237,5 milhões de euros.

João Manuel Ribeiro
29 de Julho de 2024 às 17:00
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A Corticeira Amorim fechou os primeiros seis meses deste ano com um resultado líquido de 36,5 milhões de euros, menos 14,8 milhões do que em igual período do ano passado.

 

"Esta evolução reflete a inclusão de custos não recorrentes (5,3 milhões de euros), bem como o aumento dos encargos financeiros em consequência do maior nível de endividamento", explica a empresa, esta segunda-feira, 29 de julho, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No final de junho, a dívida remunerada líquida ascendia a 237,5 milhões de euros, mais 50,2 milhões do que 12 meses antes, com a empresa liderada por António Rios de Amorim a realçar que conseguiu cortar mais de três milhões em relação ao final do ano passado.

 

"Apesar do acréscimo das necessidades de fundo de maneio (30 milhões de euros), do pagamento de dividendos (26,6 milhões) e do aumento do investimento em ativo fixo (22,2 milhões). foi possível reduzir a dívida líquida em 3,4 milhões face ao final de dezembro de 2023 (240,8 milhões de euros)", enfatiza a Corticeira Amorim.

Já as vendas da líder mundial do setor, que tinham fechado 2023 novamente abaixo da cifra recorde de mil milhões de euros atingida no ano anterior, ficaram-se pelos 500,7 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que traduz uma quebra homóloga de 7,1%.

 

De acordo com as contas reportadas pela Corticeira Amorim, todas as unidades de negócio registaram uma redução das vendas "decorrentes, na generalidade, de menores níveis de atividade", exceto a Amorim Cork Composites, cujas vendas ascenderam a 60 milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,2% face à primeira metade do ano passado.

"O contexto adverso do mercado, nomeadamente no que diz respeito à performance dos volumes, continuou a penalizar as vendas da Amorim Cork, que registaram um decréscimo de 7,1% face ao período homólogo do ano passado", observa a empresa sediada em Mozelos, Santa Maria da Feira.

EBITDA cai 9% com a margem a encolher para 18,9%

O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado ascendeu a 94,4 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, menos 9,3 milhões do que no mesmo período do ano passado, "pressionado por maiores preços de consumo de matérias-primas cortiça e pelo efeito da desalavancagem operacional", esclarece a Corticeira Amorim.

Por seu lado, "os menores custos de matérias-primas não cortiça, maiores eficiências industriais e melhorias do mix de produto possibilitaram compensar parcialmente estes efeitos, suportando a margem EBITDA consolidada nos 18,9%", abaixo da margem de 19,2% conseguida um ano antes.  

Já na sua mensagem ao mercado, que abre o comunicado enviado à CMVM, António Rios de Amorim destaca a revolução que a Corticeira Amorim está a empreender nas unidades não rolha, negócio que representa três quartos das vendas do grupo.

 

"No primeiro semestre anunciámos um novo modelo organizativo, com a criação, em janeiro de 2025, da Amorim Cork Solutions, que agregará três unidades de negócio: Amorim Cork Flooring, Amorim Cork Composites e Amorim Cork Insulation. Acreditamos que esta nova unidade de negócio conduzirá a uma gestão mais eficiente das operações ‘não rolha’ e potenciará sinergias industriais, comercias e de suporte, decorrentes da partilha de meios e recursos, bem como a otimização da capacidade produtiva instalada e das tecnologias", afirma o presidente e CEO da líder mundial do setor.

Lembrando que "o ano de 2024 fica marcado pelo aumento significativo do preço de consumo de cortiça, reflexo da subida dos preços na campanha de 2023, por condições de mercado desafiantes, com baixa visibilidade e pressão sobre os volumes, e pela reestruturação da Amorim Cork Flooring", sublinhou que os esforços do grupo "concentram-se em reforçar a solidez financeira e proteger os níveis de rentabilidade, através do aumento da eficiência industrial, melhoria do mix e ganhos de quota de mercado".

Alteração do modelo organizativo com Azevedo à frente

 

Como já tinha dado anteriormente conta, "o exigente contexto económico e a intensificação da concorrência têm impactado o mercado de pavimentos na Europa e, consequentemente, penalizado a atividade da Amorim Cork Flooring nos últimos anos".

 

Face a esta situação, "e perante a inexistência de sinais de recuperação desta indústria", a Corticeira Amorim iniciou, em maio deste ano, um processo de reestruturação desta unidade de negócio que "implicou o ajustamento da sua estrutura produtiva e de suporte à dimensão atual das vendas, de forma a reduzir as perdas operacionais e aumentar a eficiência pela otimização industrial".

 

Um processo que "inclui ainda medidas de otimização comercial e consequente ajuste do modelo de distribuição, que prevê o encerramento ou otimização das empresas de distribuição próprias no exterior".

 

De resto, a Corticeira Amorim concluiu que, "na oferta de aplicações para diferentes setores nos negócios ‘não rolha’, a partilha de meios e recursos, bem como a exploração da capacidade produtiva instalada e das tecnologias, trarão maior eficiência e eficácia às operações".

 

Assim, "foram identificadas e consideradas sinergias industriais, comerciais e de suporte entre a Amorim Cork Flooring e outras unidades de negócio que", em conjunto com as medidas já referidas, "permitirão uma melhoria significativa do desempenho do negócio de ‘flooring’", preconiza.

 

Nesse sentido, a Corticeira Amorim revela que irá desenvolver, "nos próximos meses", uma nova organização, agregando as três unidades de negócio Amorim Cork Flooring, Amorim Cork Composites e Amorim Cork Insulation, numa nova unidade de negócio designada Amorim Cork Solutions.

 

"Esta nova unidade de negócio potenciará o crescimento sustentável da Corticeira Amorim e as sinergias obtidas conduzirão a uma organização mais eficiente das operações ‘não rolha’, o que levará, a médio prazo, a um melhor desempenho, contribuindo para a diversificação do seu portefólio de aplicações", acredita a empresa.

 

João Pedro Azevedo, atual CEO da Amorim Cork Composites, acumulará as funções de CEO da Amorim Cork Flooring e será o CEO da Amorim Cork Solutions a partir de janeiro de 2025, informa a Corticeira Amorim.

(Notícia atualizada às 17:21)

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