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Lucros da Corticeira Amorim aumentam 9,2% com subida das vendas
O aumento das vendas superior aos dos custos impulsionou os lucros da Corticeira Amorim, que alertou para a descida da rentabilidade na segunda metade do ano na unidade de matérias-primas.
A Corticeira Amorim obteve lucros de 41,2 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa um aumento de 9,2% face ao mesmo período de 2017, anunciou a empresa em comunicado à CMVM.
As receitas subiram 12,7% para 399,9 milhões de euros, registando um aumento superior aos dos custos (+6,4%), o que explica a subida de 9,6% no EBITDA, para 77,4 milhões de euros.
A empresa explica que para a subida das vendas contribuiu "o crescimento da actividade e a integração da Bourrassé e da Elfverson que, em conjunto, mais que compensaram o impacto da desvalorização do dólar".
As Unidades de Negócios (UN) mais relevantes registaram um aumento de vendas, com a UN Rolhas a crescer 18%, a UN Matérias-Primas 15,2% e a UN Isolamentos 8,3%.
A margem EBITDA baixou meio ponto percentual para 19,4% e a Corticeira Amorim estima nova redução na segunda metade deste ano na UN Matérias-Primas, que representa quase um quarto da actividade, devido ao "consumo de cortiça da campanha de 2017".
Na UN Rolhas, que representa quase 75% das vendas, o crescimento de 18% das receitas e de 8,2% do EBITDA foi "favoravelmente influenciado pela consolidação das empresas adquiridas, especialmente a Bourrassé".
Na UN Aglomerados Compósitos as vendas desceram 1,2%, sendo que excluindo o efeito cambial a variação tinha sido positiva (+3,3%). No EBITDA a descida foi mais substancial uma vez que o aumento do preço da matéria-prima também penalizou.
A dívida líquida da Corticeira Amorim aumentou no semestre, superando a fasquia dos 100 milhões de euros, sendo que "este aumento deveu-se essencialmente ao valor pago pelas recentes aquisições (Bourassé, Sodiliège e Elfverson) e à consolidação da respectiva dívida no balanço da Corticeira Amorim".
No comentário às contas, os analistas do BPI salientam que os resultados "foram piores do que o esperado", com o EBITDA a situar-se 3% abaixo da sua estimativa, o que deverá levar o banco a cortar a sua previsão para este indicador para a totalidade do ano.
A recomendação continua a ser de "neutral", com o BPI a ver um potencial de valorização "limitado" para as acções (preço-alvo de 13,50 euros). As acções sobem 0,18% para 11,32 euros.
(notícia actualizada às 10:40 com comentário do BPI e evolução das acções)