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Lucro da Navigator cai para 44 milhões no primeiro semestre

Apesar do volume de vendas de papel ter caído 17% devido ao impacto da pandemia, a Navigator registou um aumento das vendas de pasta e de tissue no primeiro semestre. Os lucros recuaram 53,6%.

Navigator
28 de Julho de 2020 às 19:00
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A The Navigator Company obteve lucros de 44 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que significa uma quebra de 53,6% face ao mesmo período de 2019, quando obteve um resultado líquido de 94,9 milhões.

Olhando apenas para o segundo trimestre do ano, o resultado líquido foi de 13,4 milhões de euros, recuando 56,2%, ficando acima das estimativas dos analistas do CaixaBank/BPI, que apontavam para lucros de 6 milhões de euros entre abril e junho e uma queda de 86% face ao período homólogo.

Em comunicado, o grupo liderado por António Redondo adianta que as vendas totais no semestre recuaram 18,6% para 695,5 milhões de euros, tendo o EBITDA diminuído 32,3% para 140,1 milhões, "num contexto de forte queda do preço da pasta (- 29%), de redução de volumes de papel devido à pandemia (-17%) e de redução dos preços de papel (-6,4%)", justifica.

Já as vendas entre abril e junho cifraram-se em 289,7 milhões de euros, menos 28,6% do que no período homólogo de 2019, e o EBITDA recuou 41,5% para 51,7 milhões, o que superou também as estimativas dos analistas. O CaixaBank/BPI apontava para que o EBITDA tivesse descido 52% para 49 milhões de euros e as receitas diminuído 35% para 280 milhões de euros.

Na apresentação dos resultados semestrais, o grupo salienta que "num semestre marcado pelas quedas expressivas, quer no consumo global de papel UWF em resultado da pandemia do covid-19, quer nos preços da pasta e do papel, a empresa evidencia uma notável geração de cash-flow livre e uma posição financeira reforçada".

"Com uma maior diversificação do seu negócio, nomeadamente com a entrada no tissue, a manutenção da capacidade de secagem de pasta e uma forte atuação do lado dos custos, a Navigator mostrou estar mais protegida face a este enquadramento adverso", acrescentou.

É que com o confinamento que esteve em vigor nos meses de abril e maio nas principais geografias onde o grupo opera, o volume de vendas de papel UWF recuaram para as 598 mil toneladas, menos 17% do que no primeiro semestre de 2019. No entanto as vendas de pasta cresceram 56% para 193 mil toneladas e as vendas de tissue 10% para 52 mil toneladas.

Já a venda de energia elétrica totalizou 73 milhões de euros, o que representa uma redução de 11,9% face ao período homólogo do ano anterior.

O grupo salienta ainda a contenção feita ao nível dos gastos fixos, que se situaram cerca de 22 milhões de euros abaixo do período homólogo, com a evolução positiva da rubrica de custos com pessoal e dos custos de funcionamento, em particular nos custos das áreas corporativas. "Esta evolução foi em linha com o plano de redução de custos anunciado no primeiro trimestre de redução estimada de 46 milhões em 2020", aponta. A margem EBITDA / vendas ficou acima de 20% (-4,1 pontos percentuais).

-18%Vendas
As vendas totais no semestre recuaram 18,6% para 695,5 milhões de euros. No trimestre desceram 28%, menos que a descida de 35% estimada pelo CaixaBank/BPI.


Dívida baixa para 700 milhões

O cash flow livre do grupo atingiu 114 milhões, acima dos 101 milhões de um ano, tendo os investimentos totalizado 48,7 milhões, abaixo dos 68 milhões de há um ano.

Os custos financeiros situaram-se em 8,3 milhões de euros, uma melhoria de 1,4 milhões em termos homólogos.

O grupo reduziu também o seu endividamento líquido para 700 milhões de euros, menos 96 milhões do que há um ano, depois de ter distribuído reservas de 100 milhões de euros em janeiro. O rácio de dívida líquida / EBITDA manteve-se num nível de 2,3 vezes. A liquidez de caixa e equivalente também foi reforçada para 317 milhões.

Em termos de perspetivas futuras no negócio do papel, a Navigator salienta que "alguns sinais positivos recentes permitem antever uma recuperação progressiva, mas provavelmente lenta, do negócio de UWF no terceiro trimestre", ainda que "numa conjuntura de forte incerteza e de grande volatilidade".

O grupo diz que regista atualmente um nível da entrada de encomendas "próximo do normal para esta época do ano, com uma carteira de encomendas em julho de quase 40 dias (a quarta mais alta para esta época em 11 anos) e que se situa muito acima da média da indústria".

Este mês todas as máquinas de papel do grupo encontram-se novamente a laborar. Recorde-se que ainda em maio passado a produtora de pasta e papel decidiu anular o pagamento de dividendos, manter o corte da produção e recorrer ao lay off em junho envolvendo 1.201 trabalhadores.

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