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Lucro da Corticeira Amorim sobe 8% para 51 milhões até junho

As vendas do grupo liderado por António Rios Amorim registaram um recuo de 1,1% para 539 milhões de euros no primeiro semestre, justificado pela evolução cambial. A unidade de negócio Rolhas aumentou as vendas em 5,4%, contribuindo com 423 milhões.

João Manuel Ribeiro
02 de Agosto de 2023 às 16:45
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A Corticeira Amorim obteve um resultado líquido de 51,4 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma subida de 8% face ao mesmo período de 2022. 

Em comunicado, a empresa liderada por António Rios Amorim (na foto) sublinha que as vendas na primeira metade deste ano atingiram 539,3 milhões de euros, 1,1% abaixo das registadas no período homólogo de 2022.

Segundo explica, "ao contrário do primeiro trimestre do ano, a evolução cambial teve um impacto desfavorável nas vendas consolidadas, particularmente na unidade de negócio (UN) Rolhas que foi a mais afetada pela desvalorização do dólar". Excluindo este efeito, as vendas consolidadas teriam recuado 0,8%.

De acordo com a Corticeira Amorim, das diferentes unidades de negócio a UN Aglomerados Compósitos registou um recuo de 5,8% nas vendas, enquanto a UN Revestimentos teve um decréscimo de 35,9%.


Já a UN Rolhas registou um aumento de 5,4% das vendas que, nos primeiros seis meses do ano, contribuíram para 77% das vendas totais.


Os gastos operacionais correntes diminuíram 7,5% para 200,6 milhões de euros.


O EBITDA consolidado ascendeu, assim, a 103,8 milhões, mais 5,8% face ao período homólogo de 2022, "refletindo, em grande medida, as poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de energia, que mais que compensaram os maiores preços de consumo de cortiça e o aumento dos custos com pessoal", explica o grupo.

O rácio EBITDA/vendas subiu para 19,2%, o que compara com os 18% do primeiro semestre de 2022.


No final de junho, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim totalizava 187 milhões de euros, um crescimento de 58 milhões face ao final de 2022.


"O acréscimo das necessidades de fundo de maneio (79 milhões), o aumento do investimento em ativo fixo (46 milhões) e o pagamento de dividendos (27 milhões) contribuíram para o crescimento desta rubrica", refere.


"Contexto adverso" da construção afeta vendas da UN Revestimentos

A UN Rolhas atingiu vendas de 423,3 milhões até junho, mais 5,4% face ao período homólogo, "beneficiando sobretudo da melhoria de mix de produto e da subida de preços", diz a Corticeira Amorim, frisando que "todos os segmentos de rolhas registaram uma evolução positiva das vendas, assim como a generalidade das categorias de rolhas". O EBITDA desta unidade de negócio cresceu 18,6% para 91 milhões.

Já o desempenho das vendas da UN Revestimentos "continuou a ser condicionado pelo contexto adverso que está a afetar o setor da construção, reflexo de uma forte desaceleração da atividade, particularmente nos segmentos de retalho e residencial", explica o grupo, dando conta que as vendas desta UN totalizaram 49,6 milhões, menos 35,9% face ao período homólogo. Já o EBITDA foi negativo em 2,7 milhões, "evidenciando o impacto significativo da desalavancagem operacional sobre a rentabilidade da UN", acrescenta.

Por seu lado, as vendas da UN Aglomerados Compósitos ascenderam a 58,2 milhões, menos 5,8% face ao período homólogo, "penalizadas por menores níveis de atividade, particularmente nos segmentos de menor valor acrescentado, como o Distributors of Flooring & Related Products e o Resilient & Engineered Flooring Manufacturers", aponta.

Já a UN Isolamentos foi a que apresentou uma evolução mais favorável das vendas até junho, que subiram 23,4% para 9,9 milhões, "refletindo essencialmente a melhoria do mix de produto e o aumento de preços". O EBITDA, no entanto, "foi penalizado pela subida do preço de consumo de cortiça, única matéria-prima utilizada nesta UN, e os maiores custos operacionais", levando a uma quebra para 600 mil euros negativos.

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