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Frulact espera engordar faturação em 2021 após compras produtivas. Abre a porta a novos investimentos

06 de Novembro de 2021 às 14:00
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Depois de um ano "intenso" marcado pela compra das unidades de preparados de fruta da Internacional Flavors & Fragances Group (IFF) e ainda na senda da aquisição do portefólio da Sensient, a Frulact promete não ficar por aqui. Desde logo porque há uma "ambição" para alimentar.

"De certeza absoluta que teremos mais novidades no curto/médio prazo, porque só assim conseguiremos alavancar a nossa ambição de sermos um dos líderes globais de soluções de ingredientes naturais na próxima década", diz o CMO (Chief Marketing Officer) do grupo, Paulo Leal, ao Negócios.

Novidades esperadas na sequência de um ano "intenso", mas "muito importante" para a Frulact e por "várias razões". A começar pela mais recente aquisição, em outubro, da unidade de preparados de fruta da IFF, com fábricas na Alemanha e na Suíça, que vem aumentar a capacidade produtiva em 35% e alargar o universo de mão-de-obra em 25% para 900 colaboradores, levando o grupo a crescer de cinco para sete países e a exportar os produtos para mais de 40 países. Uma compra que teve lugar meses depois da do portefólio da também norte-americana Sensient, que permitiu o reforço da presença na América do Norte.

Assim, a Frulact, com 34 anos de história, conta hoje com unidades na Europa (Portugal, França, Alemanha e Suíça), América (Canadá) e África (Marrocos e África do Sul).

Os mercados apetecíveis estão, para já, cingidos aos atuais. Se, por um lado, "o grupo vai consolidar o crescimento na Europa com estas aquisições que nos capacitam com unidades industriais na Alemanha e na Suíça e que, portanto, nos permitem chegar a mercados que, de outra forma ou com as outras unidades que tínhamos, seria mais complicado", por outro, "o continente americano continua a ser, sem dúvida, de grande importância para o nosso crescimento", sublinha o CMO da Frulact.

Prova disso mesmo – enfatiza– é o projeto de expansão no Canadá, fruto de um investimento na ordem dos 15 milhões de euros, que o grupo concluiu em julho.

Fintar dificuldades transversais

Apesar de considerar que a Frulact tem sabido "navegar por toda a turbulência que começou a com pandemia", Paulo Leal reconhece que 2021 tem sido "complexo" face a"todos os constrangimentos nas cadeias de aprovisionamento", que "não são específicos da indústria alimentar, mas transversais", incluindo desde a escalada dos preços dos combustíveis à escassez de matérias-primas.

No entanto, ressalva, a Frulact "tem conseguido levar o crescimento a bom porto", tirando proveito da "implantação geográfica" e da "colaboração dos parceiros, sejam eles fornecedores ou clientes" para "mitigar todos esses riscos".

"O custo dos combustíveis obriga-nos a ser mais eficazes e eficientes na utilização dos recursos e a procurar transportar mais e melhor para que o impacto seja minimizado", observa o CMO da Frulact, apontando que, no caso de escassez das matérias-primas, a fórmula seguida é a mesma. "Como temos literalmente de todo o mundo, nos mercados onde as dificuldades são mais pronunciadas as nossas equipas têm planos de contingência para nos podermos de aprovisionar de outras origens com matérias-primas equivalentes", reforça.

Não obstante o atual contexto, a Frulact encara "com bastante otimismo não só o fecho de 2021", em que espera faturar 146 milhões de euros (contra 120 milhões em 2020), mas também o próximo ano. "O futuro será certamente complexo e difícil, mas estamos bastante positivos" relativamente à empresa que "está a crescer e em mercados competitivos", afirma o CMO do grupo.

Mas sem esquecer Portugal, onde a empresa, que exporta mais de 90% do que produz, tem um "projeto interno" para aumentar a capacidade de produção, adianta Paulo Leal. "Não tenho ainda valores, mas é um bom indicador da nossa estratégia de crescimento num contexto tenso de mercado e demonstra que a Frulact continua a crescer também em Portugal".

Apesar de adquirida, em 2020, pelo fundo de investimento privado francês Ardian, a Frulact mantém-se fiel às origens, defende Paulo Leal, que trabalha há 20 anos na empresa: "A Ardian acompanha a nossa missão de crescimento e tem criado as condições para o fazermos, mas respeitando a essência da Frulact e o legado da família Miranda".

 

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