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Efacec com prejuízos de 15,5 milhões no semestre

Mesmo assim representa um corte para menos de metade dos 36,8 milhões de euros negativos registados há um ano. Já o resultado operacional fechou em terreno positivo, nos 1,8 milhões, o que contrasta com os 25,6 milhões negativos verificados na primeira metade de 2020.

17 de Setembro de 2021 às 15:41
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A Efacec fechou o primeiro semestre de 2021 com um prejuízo de 15,5 milhões de euros, contra 36,8 milhões negativos registados no mesmo período do ano passado, revelou ao Negócios fonte oficial da empresa em processo de reprivatização.

 

Em termos operacionais, a Efacec conseguiu atingir um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) positivo na primeira metade deste ano, de cerca de 1,8 milhões de euros, o que contrasta com os 25,6 milhões negativos contabilizados há um ano.

 

"O método de cálculo do EBITDA passa a incluir provisões e imparidades para aproximar o valor do EBITDA à geração de ‘cash’", explicou a mesma fonte da empresa.

 

De acordo com as contas relativas aos primeiros seis meses de 2021, que foram aprovadas pelo conselho de administração da Efacec esta sexta-feira, 17 de setembro, o volume de negócios neste período foi de 137 milhões de euros, o que traduz um crescimento homólogo de 30%.

 

Um "comportamento [da faturação] que decorre de um volume de encomendas de quase 150 milhões de euros no período [número exato: 147 milhões], uma subida de 20% face a igual período do ano anterior", enfatiza a Efacec, em comunicado.

 

"Apesar de todas as adversidades que temos enfrentado, mantemos a geração de um EBITDA positivo e continuamos a melhorar os nossos indicadores em 2021, quando comparados com o período homólogo", sublinha a empresa.

 

Sobre o valor da dívida líquida, fixada em 162,8 milhões de euros, " tem-se mantido praticamente constante desde o momento do financiamento com garantia de Estado em agosto de 2020".

 

A empresa realça, também, que a atividade gerou um "cash flow" operacional positivo de 1,3 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, contra um negativo de 22,8 milhões no mesmo período do ano passado.

 

Os custos fixos - "sem medidas covid" -  tiveram um corte de 7% para 52 milhões de euros, menos 3,7 milhões, o que representou um contributo decisivo para o EBITDA positivo obtido na primeira metade do exercício em curso.

 

"Também na utilização de recursos melhoramos o desempenho, com a rotação do fundo de maneio gerido a reduzir em cinco meses: passámos de 10 para cinco meses. Esta evolução dos últimos 12 meses foi possível pela redução de stocks em 8%, menos de oito milhões de euros, e redução da dívida de clientes em 17%, com decréscimo de 17 milhões de euros. A dívida a fornecedores reduziu-se em 16% - menos 21 milhões de euros", detalha a Efacec.

 

"A Efacec conseguiu  resistir a uma crise acionista ímpar em Portugal e à pandemia"

 

"Os números que apresentamos demonstram que a empresa tem um relevante valor económico, seguindo a sua estratégia num quadro extremamente limitado de acesso a instrumentos financeiros", admite a empresa.

 

"Estamos cientes que enfrentamos tempos exigentes que nos continuam a colocar à prova, e que a limitação ao acesso a instrumentos financeiros, poderá condicionar os resultados dos próximos meses. Mas estamos confiantes que após conclusão do processo de reprivatização, a empresa conseguirá atingir rapidamente indicadores de performance ajustados aos melhores referenciais de mercado", garante a companhia liderada por Ângelo Ramalho.

 

"A Efacec é uma empresa de referência e estratégica para o país nos setores da energia, engenharia e mobilidade. Permanece uma empresa dinâmica e conseguiu ao longo dos últimos dezoito meses e, de uma forma quase única, resistir a uma crise acionista ímpar em Portugal e a uma crise pandémica global", conclui.

 

Recorde-se que o Governo avançou, em julho do ano passado, com a nacionalização dos 71,73% do capital social da Efacec, uma decisão que decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso "Luanda Leaks", no qual o consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.

 

No passado dia 2 deste mês, o Conselho de Ministros aprovou a terceira fase do processo de reprivatização da Efacec, tendo selecionado os dois investidores que apresentaram propostas vinculativas, ou seja, os grupos DST e a Sing (ligada ao grupo Sodecia).

 

Uma terceira fase que visa "a apresentação de propostas vinculativas melhoradas e finais", justificou o Governo.

 

Entretanto, na semana passada, o ministro da Economia, em entrevista à RTP3, disse que espera que o processo de reprivatização da Eface esteja concluído antes do final do ano , tendo reiterado que o Governo nunca teve o objetivo de lucrar com esta operação.

 

"O Governo definiu sempre que não tem objetivos de ganhar dinheiro nisto. Nós temos uma empresa que estava numa situação de impasse acionista, estava a degradar por causa desse impasse, rapidamente, a sua posição comercial no mercado e, com isto, o que queremos assegurar é a transição rápida para novos proprietários que possam gerir e assegurar um futuro para a empresa", sustentou Pedro Siza Vieira.

 

 

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