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Corticeira Amorim aumenta lucros para 58 milhões e volta a pagar dividendo extraordinário
O “board” da líder mundial do setor, que interrompeu em 2020 uma premiada tradição, propõe a atribuição de um dividendo “extra” de 8,5 cêntimos por ação, após nove meses em que as vendas superaram as do período pré-pandémico e a dívida remunerada líquida está abaixo dos 30 milhões.
Desde 2012 que a Corticeira Amorim vinha pagando um dividendo intercalar aos seus acionistas, que estabilizou nos 8,5 cêntimos por ação nos últimos anos, tendo o valor máximo já distribuído sido de 24,5 cêntimos por ação, em novembro de 2015.
Uma tradição que, após ter sido interrompido no pandémico ano de 2020, volta a fazer parte da atividade da maior empresa de produtos de cortiça do mundo, com o "board" do grupo liderado por António Rios Amorim a propor a atribuição de um dividendo extraordinário de 8,5 cêntimos por ação no final deste ano.
"O conselho de administração decidiu propor à assembleia geral de acionistas, a realizar no próximo dia 3 de dezembro, a distribuição parcial de reservas distribuíveis de 0,085€ por ação", informa a Corticeira Amorim no comunicado das contas divulgado junto da Comissão do Mercado de valores Mobiliários (CMVM), nesta quinta-feira, 4 de novembro.
Uma decisão que surge em resultado da "performance" registada pela Corticeira Amorim nos primeiros nove meses deste ano, que foram fechados com lucros que ultrapassaram os 58 milhões de euros, mais quase 10 milhões do que no mesmo período do ano passado, o que traduz um crescimento homólogo de 19,6%.
Já o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado foi de 110,3 milhões de euros, o que representou um aumento homólogo de 16,3%, beneficiando essencialmente do crescimento dos níveis de atividade, com as vendas a totalizarem 637,1 milhões de euros, mais 11,5% do que nos primeiros nove meses de 2020 e 5,7% acima do mesmo período em 2019.
"Por outro lado, pressões inflacionistas, nomeadamente de matérias-primas não cortiça, transportes e o inesperado agravamento do preço da energia, tiveram um impacto negativo muito significativo nos resultados operacionais, que foram ainda penalizados pelo referido efeito cambial", explica a Corticeira Amorim, realçado que, neste período, o rácio EBITDA/Vendas subiu quase um ponto percentual para 17,3%.
Sem o efeito da evolução cambial, que "teve um impacto desfavorável sobre as vendas", estas "teriam subido 12.7% nos primeiros nove meses de 2021" em relação há um ano.
Ainda em matéria de vendas, verificando-se crescimento em todas as unidades de negócio, o grande destaque vai para a das rolhas, que representam 70% da faturação consolidada da Corticeira Amorim - aumentaram 11,7% para 455,6 milhões de euros, enquanto a das matérias primas cresceu 3,7% para 143,3 milhões, a dos revestimentos atingiu 92,9 milhões (mais 7,7%), a dos aglomerados compósitos chegou aos 87 milhões (mais 19,8%) e a dos isolamentos aos 10,7 milhões de euros (mais 20,4%).
Corte de 81 milhões de euros na dívida remunerada líquida
Destaque ainda para a robustez do balanço da Corticeira Amorim. No final de setembro passado, a dívida remunerada líquida da líder mundial do setor cifrou-se em apenas 29,9 milhões de euros, o que representa uma redução de 81 milhões face ao valor registado no final de 2020, quando se situava em 110,7 milhões, "beneficiando da evolução muito favorável da geração de fluxos de caixa e da redução excecional das necessidades de fundo de maneio (decréscimo de 55 milhões de euros)", justifica a empresa.
"Este valor reflete também o pagamento de dividendos (25 milhões de euros), as aquisições das participações de 50% na Cold River’s Homestead (15 milhões), detentora de uma parte da chamada Herdade do Rio Frio, e de 10% na Bourrassé (5 milhões), bem como o aumento do investimento em ativo fixo (27 milhões)", detalha a Corticeira Amorim.
"Este é o nível mais baixo da dívida remunerada líquida desde junho de 2017", enfatiza o grupo controlado pelas famílias Rios Amorim e Amorim.
(Notícia atualizada às 17:12)