Notícia
Cinderela de Fafe fechou com dívidas de 3 milhões e só recuperou alguns euros em leilão
Sem encomendas, a empresa têxtil encerrou portas a 19 de junho, deixando no desemprego mais de 50 trabalhadores.
Em 1986, ano de entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia (CEE), nascia a Cinderela – Confecções, em Arões S. Romão, concelho de Fafe.
Especialista na manufaturação de vestuário em todo o tipo de malhas para homem, mulher e criança, além do processo normal de suéter dispunha, também, de uma pequena tecelagem, onde fabricava e desenvolvia cerca d e90% dos seus tecidos.
Exportadora de quase toda a sua produção, sobretudo para a Alemanha, Dinamarca, Espanha e Países Baixos, fechou 2022 com uma faturação de 2,2 milhões de euros, menos 1,15 milhões do que no ano anterior – ou seja, perdeu metade das receitas.
Pior: no primeiro semestre deste ano, faturou apenas 691.418 euros, cifra que traduz uma quebra média mensal de 38% face ao mesmo período do ano passado.
Resultado: às portas deste último verão, vendo-se "sem encomendas", fechou portas a 19 de junho, deixando no desemprego 52 trabalhadores e os seus dois gerentes.
Em sede de insolvência da Cinderela, foi registada uma dívida que supera os três milhões de euros a um total de 79 credores, uma lista que é liderada pelo banco Santander, que ficou "a arder" com 368 mil euros.
"O imóvel era arrendado, pelo que só tinha bens móveis", frisou ao Negócios o administrador de insolvência, José Augusto Alves, que acabou por colocar em leilão eletrónico as máquinas e equipamentos da empresa, material de escritório e cerca de 20 mil peças de vestuário.
O lote pela totalidade dos bens da Cinderela tinha como valor base 57.360 euros, mas, finalizado o leilão, pelas 18 horas desta quarta-feira, 15 de novembro, não registou uma só oferta, tendo apenas conseguido registar licitações em alguns dos lotes que combinavam bens da empresa falida.