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Chairman da Sonae reaparece para deixar apelo: “Compre menos”

Paulo Azevedo, que passou a pasta de CEO do grupo à sua irmã em 2019, encerrou uma conferência sobre economia circular com a garantia de que a Sonae quer “vencer num mundo sustentável”.

Paulo Azevedo, chairman da Sonae, esta quarta-feira, 27 de novembro, no Innovators Forum’24, em Lisboa.
27 de Novembro de 2024 às 20:04
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O chairman da Sonae fez esta quarta-feira, 27 de novembro, uma das suas raras aparições públicas, cinco anos depois de ter deixado a presidência executiva da Sonae para a sua irmã.

Desde então cada vez mais dedicado a atividades não ligadas ao mundo empresarial, com preferência pelas temáticas da sustentabilidade,  Paulo Azevedo encerrou, em Lisboa, a segunda edição do Innovators Forum’24, iniciativa promovida pela Sonae e que este ano foi dedicada à circularidade.

"O nosso apelo é: Temos de deixar de o transformar [o mundo] em poluentes e resíduos, mas sim transformá-lo em coisas úteis. Vamos usar menos", apelou.

"Sim, eu sei que somos uma retalhista. E, sim, percebo que estou a dizer ‘compre menos’", afirmou Paulo Azevedo, perante a estupefação da plateia.

Com esta nuance: "Queremos vencer num mundo sustentável. Não queremos vencer num mundo insustentável. Compre menos… de preferência, compre ainda menos dos nossos concorrentes", rematou, com alguma graça, o chairman da Sonae.

Quatro horas antes, a sua irmã e CEO da Sonae tinha trilhado o mesmo caminho sustentável: "O modelo linear de ‘extraio materiais, construo e deito fora’, realmente não funciona. É como estar a conduzir um carro de alta velocidade contra uma parede", começou por alertar Cláudia Azevedo.

"E também não pode funcionar porque estamos a extrair recursos do nosso planeta. Todos os anos consumimos cerca de 100 mil milhões de toneladas materiais, sendo que nos últimos seis anos extraiu-se mais materiais do que no último século. A esta velocidade, a percentagem de economia circular está a baixar, não está a acompanhar o ritmo", alertou a presidente executiva da Sonae.

Num fórum que vai reunir especialistas nacionais e internacionais, com projetos pioneiros e experiências concretas da economia circular, Cláudia Azevedo enfatizou que a promoção da circularidade "está no coração" do grupo Sonae. 

"A circularidade faz parte da nossa história. O meu pai, em 1995, escrevia ‘newsletters’  para a Sonae chamando a atenção para a importância de uma gestão ambiental integrada nos nossos negócios", lembrou. Porque "não há bons negócios num mau planeta", rematou Cláudia Azevedo.

Há meia dúzia de dias, em comunicado, a Sonae  garantia que, com iniciativas para a promoção da circularidade, o volume de negócios do grupo proveniente de produtos e serviços circulares ascendeu a cerca de 90 milhões de euros em 2023.

"Os negócios de retalho da Sonae conseguiram valorizar 85% dos resíduos e reduzir a utilização de plástico de uso único. No final de 2023, 86% das embalagens plásticas utilizadas nos produtos de marca própria eram recicláveis e as práticas de 'desperdício zero', adotadas pela MC [a dona do Continente], já evitaram o desperdício de bens alimentares no valor de 66 milhões de euros", podia ler-se no comunicado.

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