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Centenas de milhões de euros atracam nos portos portugueses
Os presidentes das administrações portuárias, com excepção do de Sines, que não respondeu à chamada, foram à “Porto Maritime Week” revelar os projetos que estão a desenvolver e implementar para ajudar a potenciar o sistema portuário nacional.
Esta segunda-feira, no primeiro dos cinco dias da quarta edição da "Porto Maritime Week", iniciativa do Transportes & Negócios, que está a decorrer no Porto de Leixões, todos os presidentes dos portos nacionais - com exceção do de Sines, que não esteve presente – passaram em revista os investimentos em curso e a realizar, num painel intitulado "Planos e Estratégias para os Portos Nacionais".
Portos de Lisboa e Setúbal: Carlos Correia, presidente desta administração portuária, elencou os projetos em curso no Porto de Lisboa, nomeadamente o investimento da Yilport Iberia no Terminal de Contentores de Alcântara, cuja segunda fase está prestes a arrancar e que prevê a modernização e aumento da eficiência operacional do terminal da Liscont, num investimento de 130 milhões de euros.
Mais: O lançamento dos concursos para as concessões da área oriental do Porto de Lisboa; o "Onshore Power Supply", projeto de abastecimento de energia elétrica "Shore-to-ship" nos terminais da zona oriental e terminal de cruzeiros, que significará um investimento de 30 milhões de euros; a concessão da reabilitação e gestão da doca de Pedrouços e reabilitação das Docas de recreio e polo náutico de Belém; e o projeto de navegabilidade do estuário do Tejo até Castanheira do Ribatejo.
Relativamente ao porto de Setúbal, Carlos Correia revelou que "no próximo mês" irá ser lançado o projeto de melhoria das acessibilidades ferroviárias "Rail2Green", que significará a eletrificação do "last mile" ferroviário. "É um projeto de 20 milhões de euros, através de um protocolo com a IP, que vai permitir a eletrificação total das linhas nos acessos aos terminais e capacitar para a circulação de comboios com 750 metros", explicou.
De resto, Correia referiu que, apesar de ambos os portos não terem um plano estratégico, "existe uma estratégia definida" que envolve cada vez mais os dois portos e que permitiu, por causa destas sinergias conjuntas, que o Porto de Setúbal passasse a fazer parte da rede "core" da RTE-T e beneficiasse de acesso a fundos comunitários, relata o Transportes & Negócios, em comunicado.
Porto de Leixões e Viana do Castelo: João Neves, que preside a esta administração portuária, começou por ressalvar que a equipa que lidera está "a trabalhar na revisão do Plano Estratégico do Porto de Leixões, porque não contempla alguns fenómenos e projetos que eram importantes, como o encerramento da refinaria de Leça da Palmeira e a gestão do terminal ferroviário da Guarda".
Os projetos em desenvolvimento incluem a expansão do Terminal de Contentores Norte, o estudo sobre a Náutica de Recreio, a modernização das vias portuárias e o reordenamento do acesso ao terminal ferroviário de Leixões, a modernização da Ponte Móvel, a construção de um novo Centro Inspetivo, o novo "datacenter", a implementação de um projeto de "Onshore Power Supply" - que irá permitir fornecer energia elétrica a navios de contentores e cruzeiros e a digitalização -, entre outros.
Já para Viana do Castelo, João Neves anunciou que brevemente será apresentado um estudo de mercado para o desenvolvimento deste porto, adiantando que será criado um projeto "offshore" que irá permitir a expansão do porto, criando condições para que algumas indústrias geradoras de carga se possam implementar no espaço portuário, lê-se no mesmo comunicado do Transportes & Negócios.
Quanto ao terminal ferroviário da Guarda, cuja gestão pertence à APDL, João Neves afiançou que "a obra será lançada muito em breve", salientando que o objetivo é "arrancar com as operações neste terminal "no próximo ano".
Portos de Aveiro e Figueira da Foz: Eduardo Feio, presidente destas administrações portuárias, revelou que pretende reforçar o posicionamento do Porto de Aveiro na Rede Transeuropeia de Transportes, confidenciando "não entender" porque Aveiro não está na rede "core" da União Europeia.
Com alguns dos projetos e investimentos previstos a contemplarem "o reforço da eficiência e segurança dos serviços portuários para capacitar o Porto de Aveiro para navios de maior dimensão, até 32 metros de boca e 50 mil toneladas de deslocamento", outro projeto em curso é a expansão poente do porto para o "offshore" eólico flutuante.
No Porto da Figueira da Foz, os grandes destaques vão para a construção de um terminal intermodal na ZAL, com nove hectares e capacitado para operar comboios até 750 metros, a construção de uma nova marina, o investimento na indústria "offshore" e a descarbonização e digitalização do porto, através da ampliação da rede elétrica de AT e MT e oferta de serviços de "Onshore Power Supply".
Portos da Madeira: Paula Cabaço, que lidera esta administração portuária, anunciou investimentos em projetos de "Onshore Power Supply" para abastecer com energia elétrica os navios de cruzeiros, assim como no projeto "Green Ports Madeira", uma vez que a descarbonização é um dos seus principais objectivos, pretendendo ainda avançar com a aquisição de rebocadores movimentados a energias alternativas e produção de energias verdes.
Portos dos Açores: Rui Terra, presidente desta administração portuária," falou sobre as dificuldades dos portos açorianos, inerentes à sua insularidade, e referiu que além do Plano Estratégico dos Portos do Açores, que já está em curso, está prevista a construção de novos parques de invernagem, para manutenção de embarcações de recreio, e a aposta no turismo de cruzeiros e respetivas infraestruturas de apoios aos turistas", apontou o Transportes & Negócios.