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Carlsberg compra fabricante de refrigerantes inglesa Britvic por 3,9 mil milhões de euros

À terceira foi de vez. Gigante dinamarquesa já tinha feito duas tentativas para adquirir empresa que lhe vai permitir não só alargar o portefólio como expandir a operação e ficar com a licença da PepsiCo no Reino Unido.

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08 de Julho de 2024 às 11:39
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A Carlsberg concordou comprar a fabricante de refrigerantes inglesa Britvic por 3,3 mil milhões de libras (3,9 mil milhões de euros ao câmbio atual), após duas tentativas falhadas de avançar com o negócio.

O acordo para a aquisição, anunciado esta segunda-feira, vai permitir à cervejeira dinamarquesa expandir as suas atividades de engarrafamento de bebidas para a PepsiCo e aumentar as suas operações no Reino Unido.

A Britvic é a engarrafadora da americana PepsiCo no Reino Unido, enquanto a Carlsberg se foca nos mercados da Noruega, Suécia, Suíça, Camboja e Laos.

As duas empresas chegaram a um entendimento depois de a Britvic, que detém marcas como a J20 ou a Robinsons, ter rejeitado duas propostas anteriores por considerar que subvalorizavam o seu valor.

Ao abrigo do acordo, a Carlsberg acedeu a pagar 1.290 pence por ação em dinheiro e um dividendo especial aos acionistas de 25 pence, o que corresponde assim a 13,15 libras por ação.

"Com esta transação, estamos a combinar o portfólio de refrigerantes de alta qualidade da Britvic com o forte portefólio de cervejas e capacidades de entrada no mercado da Carlsberg, criando uma proposta aprimorada em todo o Reino Unido e nos mercados da Europa Ocidental", afirmou o CEO da Carlsberg, Jacob Aarup-Andersen, apontando, além disso, que a compra da Britvic vai elevar a relação da fabricante de cervejas com a PepsiCo "a outro nível".

Inicialmente, os acionistas da gigante dinamarquesa não estavam entusiasmados com o negócio, o que levou o valor das ações a cair quase 10%, um cenário que se inverteu esta manhã, com os títulos da Carlsberg a valorizarem 4% na bolsa de Copenhaga, com o garantia de que a aquisição irá trazer novas e atrativas sinergias e poupanças anuais de até 100 milhões de libras ao longo dos próximos cinco anos, designadamente por via de ganhos de eficiência na cadeia de abastecimento.

Jacob Aarup-Andersen afirmou que, como consequência do negócio, o grupo vai fazer uma pausa no programa de recompra de ações, mas manter inalterado o plano de dividendos, "criando valor a longo prazo para os acionistas".

Segundo o Financial Times, os acionistas questionaram, no entanto, o mérito da decisão de expandir no Reino Unido, numa altura em que o negócio da cervejeira cresce rapidamente na Ásia também e em que podem existir outras marcas de cerveja no sul da Europa para comprar. "Há poucos ativos disponíveis. Esta foi uma oportunidade única", realçou Aarup-Andersen, apontando que a aquisição da Britvic também não invalida outras num momento ulterior.

Fundada no Reino Unido na década de 1930, a Britvic conta atualmente com 39 marcas numa centena de países, detendo além disso uma licença exclusiva da PepsiCo no Reino Unido para vender marcas como Pepsi Max, 7UP e Lipton Ice Tea.
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