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Augusto Mateus: "Não gosto do 4.0"
O economista alertou para os desafios da revolução tecnológica e para as desigualdades de salários que poderá trazer.
Augusto Mateus disse esta segunda-feira, 14 de Novembro, no Porto, que é preciso olhar com muita atenção para o "4.0" que tem sido usado para definir as alterações na indústria e outros sectores. E confessou que não é fã do termo.
"Não gosto do 4.0. Já tivemos um período em que a nova economia geriu uma década perdida, e eu gosto mais que os slogans e tags estejam sossegados", referiu, durante uma conferência do INEGI sobre "Inovação de Base Tecnológica e Criatividade".
Para Mateus, a revolução actual é "baseada no conhecimento" e isso "gera remunerações muito diferenciadas" que podem trazer problemas sociais, ao contrário dos salários mais homogéneos que se praticam no tipo de trabalho industrial mais indiferenciado que existe actualmente.
Apesar disso, Mateus salientou que a revolução é "portadora de liberdade" e "centrada nas pessoas" em vez de ser nos materiais.
"Percebo a luz do 4.0 para quem lida com software. Mas tenho dúvidas que esta revolução industrial tenha as características das anteriores", realçou o economista.