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Preços das casas já cai em dois em cada três países desenvolvidos devido à subida dos juros

Análise do FMI à evolução dos preços da habitação mostra quebras generalizadas em dois terços de 40 economias desenvolvidas, fruto do ajustamento dos mercados imobiliários à subida das taxas de juro.

Alexandre Azevedo
20 de Março de 2023 às 15:06
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O preço da habitação está a descer em duas em cada três economias desenvolvidas, num movimento que vem corrigir anos de contínuo crescimento, revela uma análise do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Um movimento que resulta do ajustamento dos mercados imobiliários à subida das taxas de juro por parte dos bancos centrais para conter a inflação que, nas grandes economias, foi, em média de quatro pontos percentuais, o que as elevou para níveis que prevaleciam antes da crise financeira global, apontam os economistas do FMI na rubrica "Gráfico da Semana", publicada no blogue da instituição financeira.

O FMI analisou a evolução dos preços da habitação, ajustados à inflação, no último trimestre, a partir de dados compilados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), concluindo que houve quedas face aos três meses anteriores em 31 das 46 economias monitorizadas.

A Dinamarca encabeça as descidas, com uma quebra de 5,91%, seguida da Nova Zelândia e da Suécia. Do top 10 fazem ainda parte Canadá, Colômbia, Bulgária, Letónia, Hungria, República Checa e Noruega, mostra o gráfico das 31 economias que registaram quebras nos preços da habitação, do qual Portugal está ausente, assim como as restantes economias que registaram subidas a este nível.

"As taxas de juro desempenham um papel fundamental na condução dos preços das casas, juntamente com os rendimentos e o crescimento populacional do lado da procura e a par com diversos fatores do lado da oferta, como os custos de construção e os regulamentos. Um princípio básico, fundado em provas em vários países, assinala o FMI, é que o crescimento dos preços das casas abranda na ordem de dois pontos percentuais por cada ponto percentual de aumento real das taxas de juro.

Por quanto tempo vão os preços das casas descer? Isso vai depender se os bancos centrais já cortaram as pressões inflacionistas ou se precisam de ir mais longe na subida das taxas de juro. Segundo a mais recente atualização do "World Economic Outlook", o FMI prevê que a inflação seja mais baixa este ano do que em 2022 em 85% dos países. A inflação global deve abrandar de quase 9% no ano passado para aproximadamente 6,5% este ano e desacelerar ainda mais no próximo, devido ao impacto que o aumento das taxas de juro já teve na redução dos desequilíbrios entre a procura e a oferta.

"Se os bancos centrais desacelararem ou pararem os aumentos das taxas, os preços da habitação devem então conhecer uma maior estabilidade", conclui a mesma nota de análise do FMI.


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