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Necrópole paleocristã amarra investimento israelita de 100 milhões em Gaia

A promotora imobiliária Fortera sinalizou um sítio arqueológico de “grande importância histórica” num empreendimento habitacional que pretende construir em Vila Nova de Gaia.

18 de Janeiro de 2021 às 11:10
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A Fortera anunciou a descoberta de um "sítio arqueológico de grande importância histórica" no empreendimento habitacional Riverside, orçado em cerca de 100 milhões de euros, que o grupo israelita está a promover em Vila Nova de Gaia.

 

"A promotora imobiliária foi surpreendida pela relevância dos artigos encontrados: uma necrópole paleocristã e alti-medieval associada a um amplo conjunto edificado de caráter religioso-administrativo com elementos arquitetónicos monumentais", descreve a Fortera, em comunicado enviado às redações, esta segunda-feira, 18 de janeiro.

 

O CEO da Fortera, grupo que detém a maioria do capital da sociedade promotora do empreendimento, comprometeu-se já a desenvolver um espaço para valorizar a história do local e abri-lo ao público.

 

"Pretendemos salvaguardar os vestígios arqueológicos encontrados, pois os mesmos integram o património cultural, constituindo um meio para o conhecimento da história de Vila Nova de Gaia e de Portugal", anunciou Elad Dror.

 

"É assim evidente a necessidade do reconhecimento por parte da sociedade contemporânea do valor do património arqueológico e a necessidade do seu estudo, preservação e fruição", enfatizou o CEO do Grupo Fortera.

 

Em rigor, o sítio arqueológico tinha sido já descoberto em 2007, tendo então sido realizada uma intervenção no local, com os arqueólogos a propor como medida de salvaguarda a escavação integral do espaço, mas os trabalhos foram interrompidos no ano seguinte, quando a empresa imobiliária que detinha o terreno faliu.

 

No ano passado, quando adquiriu este terreno, a Fortera "sabia da existência de achados arqueológicos no local, vista a proximidade com o sítio do Castelo de Gaia, e numa ação preventiva contratou uma empresa especializada para mapear e relatar essas descobertas", contou o grupo liderado por Dror.

 

"Agora, em colaboração com a Câmara de Vila Nova de Gaia, a empresa quer desenvolver um espaço para visitação pública que valorize a história local", avançou o grupo israelita.

"O melhor caminho será sempre o que conjugue passado, presente e futuro, por isso vamos analisar diferentes soluções que permitam a criação de um arqueossítio e centro interpelativo da Basílica Paleocristã de Gaia na zona de terreno onde se inserem os achados", concluiu o CEO da Fortera.

 

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