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Investimento em imobiliário comercial aumentou 38% para quase 3 mil milhões em 2022

Atividade de investimento acelerou sobretudo na segunda metade do ano, tendo sido atingido um segundo máximo histórico, de 2.982 milhões de euros, segundo a consultora imobiliária Cushman & Wakefield.

As permutas técnicas eram um mecanismo muito usado e a nova regra poderá significar mais receita de IMT.
Alexandre Azevedo
02 de Março de 2023 às 21:38
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O investimento na atividade de imobiliário comercial de rendimento atingiu, no ano passado, 2.982 milhões de euros, um aumento de 38% em relação ao ano anterior, adiantou a consultora imobiliária Cushman & Wakefield.

A empresa, que esta quinta-feira apresentou a sua publicação Marketbeat Primavera 2023, destacou, num comunicado, que a "atividade de investimento em imobiliário comercial de rendimento manteve-se dinâmica em 2022, particularmente na segunda metade do ano, tendo sido atingido um segundo máximo histórico, de 2.982 milhões de euros, 38% acima do ano anterior".

"Com um nível recorde de 94 operações, o valor médio por transação aumentou igualmente, para os 32 milhões de euros", indicou, sendo que "esta evolução foi influenciada pelo aumento do capital estrangeiro (73% do volume total investido), com o capital nacional a estabilizar nos 813 milhões de euros".

Segundo a Cushman, "demonstrando a contínua aposta dos investidores em setores dinâmicos, a hotelaria liderou a procura, atraindo 30% do total investido, com 893 milhões de euros, seguindo-se os escritórios, que agregaram 26% do volume transacionado, com 774 milhões de euros".

Além disso, "consolidando o aumento do interesse ao longo dos últimos anos e finalmente disponibilizando oferta com escala, o mercado de industrial e logística atraiu 21% do valor investido, com 618 milhões de euros", referiu.

De acordo com a consultora, "os setores 'alternativos' mantiveram o interesse dos investidores institucionais, tendo sido responsáveis por 13% do total investido; e, o setor de retalho agregou somente 11% do volume transacionado, com o segmento alimentar a predominar".

Para 2023, indicou, "num enquadramento de subida das taxas de juro e maior dificuldade de financiamento, será expectável um abrandamento da atividade de investimento imobiliário em 2023".

Ainda assim, assegurou, "com cerca de 2.700 milhões de euros de transações em diversas fases de negociação, as estimativas apontam para que este ano se registe um volume ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos".

Além disso, "a este valor poderão acrescer 1.300 milhões de euros em transações atualmente suspensas, assim como as já usuais operações 'off market'", adiantou a consultora.

"De notar, no entanto, que a robustez de todo este 'pipeline' não é necessariamente a mesma de anos anteriores, dada alguma diferença de expectativas de preço entre vendedores e compradores", explicou.

Segundo Eric van Leuven, diretor geral da consultora em Portugal, citado na mesma nota, "em 2023 o cenário económico que se vive na Europa, a que o mercado português não será imune, irá fazer com que a atividade esteja mais contida", sendo que, garantiu, "temas como a habitação continuarão a gerar discussão ao longo do ano, uma vez que as medidas anunciadas dificilmente serão suficientes para colmatar a falta de oferta de habitação".

Neste segmento, aliás, a empresa deu conta de que "o aumento da inflação e a subida das taxas de juro, e consequente agravamento do poder de compra das famílias, terá em 2022 contribuído para que, segundo os dados do SIR / Confidencial Imobiliário, tenha ocorrido um abrandamento dos valores de venda de apartamentos em Lisboa e Porto, apesar do crescimento acentuado do número de fogos novos vendidos".

Por outro lado, "num contexto de escassez de oferta nos centros urbanos de Lisboa e Porto, e com o agravamento da capacidade de financiamento para aquisição de habitação, o segmento de arrendamento privado continua a gerar um aumento da procura", sendo que "a escassez da oferta agravou-se em 2022, com uma quebra do número de fogos em oferta acima dos 40% em ambas as geografias, potencialmente em parte influenciada pela retoma do turismo (e relocalização de unidades para o alojamento local), e consequente aumento dos valores médios unitários contratados".
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