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Imobiliário: Estrangeiros investem mais de 100 milhões na área comercial no Grande Porto
O investimento em imobiliário comercial no Grande Porto ascende a 151 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano. Os estrangeiros são responsáveis por 74% do montante investido.
O investimento em imobiliário comercial na Área Metropolitana do Porto (AMP) ascende a 151 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, indica um relatório da consultora imobiliária Cushman & Wakefield divulgado esta segunda-feira.
O estudo aponta a escassez de oferta como constrangimento do mercado, notando que desde 2015 apenas foram transacionados 571 milhões de euros. Ainda assim, assinala, "a atratividade da região continua a crescer", como demonstra o facto de 74% dos 151 milhões de euros de investimento realizado este ano ser de capital estrangeiro, o que corresponde a cerca de 112 milhões de euros.
O concelho do Porto é responsável por 89% do investimento comercial na AMP este ano, muito acima do peso médio de 53% registado entre 2015 e 2019.
Entre janeiro e setembro deste ano, o setor de escritórios captou a maior fatia do investimento: 34%, superando os 50 milhões de euros. A hotelaria ficou bastante próxima, com um peso de 32% no capital investido. Isto contraria "a tendência passada, dominada pelo retalho", sublinha o relatório da consultora.
A Cushman & Wakefield destaca o maior negócio do ano na região: a venda do edifício Burgo por parte da Dos Puntos Asset Management à Värde Partners por um valor superior a €40 milhões.
O setor da hotelaria, por seu turno, contabilizou quatro transações que somaram um montante de 48 milhões de euros.
A consultora refere ainda a aquisição pela belga Xior de uma residência de estudantes por 18 milhões de euros.
Escritórios com mais 110 mil metros quadrados até 2022
A Cushman indica que o volume médio de absorção no setor dos escritórios na AMP se tenha situado entre os 35 mil e os 45 mil metros quadrados. No ano passado foi registado um valor recorde com mais de 80 mil metros quadrados, que foi "bastante influenciado por dois pré-arrendamentos em edifícios concluídos já em 2019, nomeadamente o BNP Paribas, no Urbo Business Center, e a Farfetch no Boavista Office Center".
A escassez de oferta de espaços levou a que nos primeiros nove meses deste ano o volume de ocupação se quedasse pelos 26 mil metros quadrados.
A Cushman destaca o Porto Office Park, do Grupo Violas Ferreira, com 31.500 m²; o Porto Business Plaza, da SDCi com 15.500 m² de expansão; e o Palácio dos Correios, da GFH com 16.800 m², que será integralmente ocupado pela Critical TechWorks.