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Fundo do Crédito Agrícola compra Montijo Retail Park

O Fundo CA Património Crescente, do Crédito Agrícola, comprou o Montijo Retail Park a um fundo do alemão Commerzbank. Os valores do negócio não foram divulgados, mas o Negócios apurou que terão rondado os 15,5 milhões de euros.

19 de Setembro de 2019 às 18:57
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O CA Património Crescente, fundo imobiliário do Crédito Agrícola gerido pela Square comprou o Montijo Retail Park a um fundo do alemão Commerzbank, informou esta quinta-feira, em comunicado, a instituição germânica. O negócio realiza-se quatro meses após o centro comercial ter finalmente aberto as portas, uma década depois de ter sido construído.

Os valores da operação não foram divulgados no comunicado do Commerzbank emitido esta quinta-feira, que refere existir "um acordo de confidencialidade entre as partes". No entanto, o Negócios apurou junto de diversas fontes do mercado que se terão situado entre os 14 e os 17 milhões de euros.

Este montante é cerca de metade dos 30 milhões de euros que o fundo alemão terá gasto em 2009 na compra do centro comercial, segundo o site especializado em imobiliário PropertyEU. Confirmando-se estes valores, a operação serviu para o fundo imobiliário alemão limitar as perdas com o investimento.

A crise que atingiu a economia portuguesa travou o investimento dos retalhistas e o centro comercial não conseguiu atrair lojistas, permanecendo como um "elefante branco" à entrada da cidade do Montijo. 

Ao Negócios, David Lopes, "partner" e consultor no departamento de investimento da Cushman & Wakefield, indicou que a consultora imobiliária "desafiou o proprietário, no ano passado, a relançar o retail park face ao interesse e apetência que constatámos existir por aquela área".


"Abordámos retalhistas que complementassem a oferta já existente naquela zona, primeiro as lojas âncora e depois outras marcas para espaços mais reduzidos, até conseguirmos a ocupação total", detalhou.


A consultora apostou na reconversão do "layout" do retail park, reduzindo o número de lojas para metade e criando espaços comerciais de maior dimensão, correspondendo ao que era solicitado pelos potenciais locatários.


E, referiu, a possibilidade da abertura do aeroporto no Montijo foi "um fator extra, embora não o mais importante, para atrair as marcas". Essencialmente é "um fator que poderá gerar mais valor no futuro caso se venha a concretizar", acrescentou.

Para além de ter sido responsável pela colocação comercial , a Cushman & Wakefield colaborou com a Commerz Real, gestora de fundos do banco alemão, na venda agora concretizada.


Com uma área bruta locável (ABL) de 17.700 mil metros quadrados (m2), o retail park conta como principais lojas a Conforama, que ocupa uma área superior a 9.000 m2, a Leroy Merlin, com 2.500 m2, e a Sports Direct, com 1.800 m2. As outras insígnias presentes no centro comercial são o Espaço Casa, o Calçado Guimarães e o Ginásio Be-Fit. O Montijo Retail Park conta ainda com 803 lugares de estacionamento.

O outro grande espaço comercial do Montijo, o agora Alegro Montijo e antigo Forum Montijo, também mudou de mãos recentemente. No ano passado, a Ceetrus, braço imobiliário do grupo Auchan, comprou o centro comercial na margem sul do Tejo juntamente com o Forum Sintra, agora Alegro Sintra, e o Sintra Retail Park. A operação envolveu um montante global de 411 milhões de euros.


Fundo comprador tem mais de 700 milhões sob gestão

O Fundo CA Património Crescente contabilizava, no final de julho deste ano, cerca de 710 milhões de euros em ativos sob gestão. No primeiro semestre deste ano, aliás, o fundo, gerido pela Square Asset Management, investiu 106 milhões de euros na aquisição de seis imóveis, destacando-se um imóvel situado na Avenida das Nações Unidas, em Lisboa, por 41,2 milhões, um outro em Loures, por 30,7 milhões, e um centro comercial em Braga por 25,4 milhões de euros.

Da carteira do fundo, que foi criado em 2005, fazem parte, por exemplo, o hotel Pestana Royal, antigo Regency Palace, no Funchal, que tem um valor de 28,7 milhões de euros, o Sintra Business Park (28,2 milhões), um centro comercial em Telheiras com um valor de 44 milhões de euros, a sede do Crédito Agrícola, na Rua Castilho, avaliada em 26,3 milhões, e o edifício Zenith, em Miraflores, com um valor de 17,1 milhões.

(Notícia atualizada às 19:14 com mais informação)

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