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Cushman & Wakefield com pipeline de 2 mil milhões de euros mas vê 2023 com "apreensão"

A carteira de projetos tem um volume semelhante à que existia há um ano mas é menos robusta porque muitos podem não concretizar-se.

Eric Van Leuven - Cushman & Wakefield
03 de Janeiro de 2023 às 13:46
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A Cushman & Wakefield (C&W) tem em "pipeline" para 2023 um total de 2 mil milhões de euros de projetos imobiliários.

O valor é uma fotografia do momento e não uma previsão, afirmou o "executive partner" da consultora Eric van Leuven na apresentação das perspetivas para o ano que agora começou. O responsável realçou que alguns deste projetos podem não chegar a concretizar-se e é possível que entretanto surjam outros.

O "pipeline" tem um valor semelhante ao que existia em janeiro de 2022, mas tem "menos robustez", explicaram os responsáveis da C&W num encontro com jornalistas. Há um ano, vários projetos previstos tinham uma expetativa de concretização maior. Hoje, há mais dúvidas sobre estas operações, em parte por causa do custo de financiamento.

O valor não faz, no entanto, com que as perspetivas para o ano sejam otimistas: "vemos 2023 com alguma apreensão mas os últimos meses de 2022 dão alento para que o ano  seja mais ativo do que se possa recear", disse,

Dado o contexto de inflação e de subida das taxas de juro, o retalho é, para já, o segmento no qual recai um maior grau de incerteza. No entanto, não existem, para já, evidências disso mesmo.

"Portugal está com bom astral"

A Cushman & Wakefiled teve um ano "fantástico, muito consistente, e ao contrário de algumas expetativas e receios que existiam no verão", afirmou Eric van Leuven. O desempenho positivo foi visível sobretudo no final de 2022, que foi "estrondoso".

O bom desempenho ficou pelo menos em parte a dever-se ao apetite dos investidores internacionais pelo país: "Portugal está com bom astral, continua fortemente no radar dos investidores, tendo até em conta a dimensão do país", afirmou o responsável.

Depois de dois meses de recuperação no arranque do ano, chegou a guerra na Ucrânia e as consequências económicas do conflito mas "Portugal resistiu bem", afirmou. No segmento de escritórios em particular foi "um ano recorde" para a empresa, que teve "um dos melhores anos de sempre".

O investimento total em imobiliário comercial atingiu 3 mil milhões de euros, numa recuperação face a 2021 que ainda assim não conseguiu regressar ao máximo de 2019, quando atingiu cerca de 3.200 milhões de euros. O valor já contabiliza o projeto ECS, o maior negócio imobiliário do ano, no qual esteve envolvida e que vale, no total, 850 milhões de euros.

No segmento de escritórios, a C&W realça o apetite crescente de multinacionais "sobretudo de tecnologia e serviços partilhados que instalam backoffices em Lisboa e Porto". A empresa avisa no entanto que nesta área a "pressão continua, não vai haver abundância de escritórios disponíveis em Lisboa".

O efeito do teletrabalho, explica o responsável, "não é enorme. Há todo o tipo de situações: umas empresas vão todas para casa, outras estão nos escritórios, e existem todas as variações pelo meio".
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