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Caos no Edifício Transparente com Work-In aos pés do Atlântico

Um dos mais controversos empreendimentos do Porto, que desde 2018 passou a ter sentença de demolição, ganha agora um espaço de “coworking” de 650 metros quadrados, numa parceria entre a gestora do edifício e a empresa de mobiliário de escritório Caos.

19 de Maio de 2021 às 13:11
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Envolto em polémica desde que nasceu, o Edifício Transparente, construído no remate do Parque da Cidade do Porto, foi a mais controversa obra erguida no âmbito da requalificação da frente marítima da Invicta, na altura da Capital Europeia da Cultura de 2001.

 

Concebido pelo arquiteto catalão Manuel Solá-Morales, o imóvel "devorou" 7,5 milhões de euros sem se saber para que serviria.

 

Depois de duas tentativas de concessão, a Casa da Música acabou por entregar o edifício, em 2004, por um prazo de 20 anos, à única proposta aceite a concurso – à Hottrade, empresa de Marco Godinho de Almeida que se dedicava à comercialização de aquecedores de exterior, que conseguiu atrair as capitais de risco Change Partners e a estatal InovCapital, a atual Portugal Ventures, que investiram no empreendimento cerca de dois milhões de euros.

 

Há cerca de três anos, a Câmara do Porto, que assumiu em tempos a posse do imóvel, tentou, sem sucesso, vender o Transparente por ajuste direto, depois de, um ano antes, o ter tentado alienar em hasta pública por um valor-base de 7,96 milhões de euros. Este montante contemplava já a indemnização de 1,6 milhões de euros a pagar à Hottrade para que o imóvel fosse colocado no mercado imobiliário livre de ónus.

 

No final de 2018, o Transparente, que acolhe espaços de restauração e lazer, ocupando uma área total de 3.693 metros quadrados, dos quais 1.612 são de área coberta, acabou por ser incluído na lista negra de 34 edifícios para demolição, de acordo com o Plano da orla Costeira de caminha a Espinho, elaborado pela Agência Portuguesa do Ambiente.

  

Entretanto, esta quarta-feira, 19 de maio, foi anunciado que o Edifício Transparente "está a ganhar uma nova vida, através da remodelação dos seus espaços interiores para acolher o novíssimo Work-In, que facilitará a implementação de múltiplas atividades empresariais numa das principais artérias da cidade, que beneficia sobretudo da confluência da Avenida da Boavista com a Avenida Brasil, na Foz".

 

O projeto emergiu da parceria estabelecida entre a entidade gestora do Edifício Transparente e a empresa portuguesa de mobiliário de escritório Caos, no sentido de promover e enquadrar as novas tendências de trabalho.

 

"Este é um conceito bem vinculado no mercado internacional e que lançamos agora para inspirar os portugueses mais empreendedores da região Norte. Até porque, quem é que não gosta de trabalhar com uma vista desafogada sobre o mar?", enfatiza João Leite Castro, responsável pela comercialização do projeto Work-In na consultora imobiliária Predibisa, em comunicado.

 

"Os centros de ‘coworking’ marcarão o nosso futuro, pelo que esta é uma ótima oportunidade e uma mais-valia para continuar a empreender em Portugal", conclui Tiago Carvalho Araújo, CEO da Caos. 

 

Com inauguração prevista para 1 de junho, o novo espaço de "coworking" tem 650 metros quadrados.

 

 

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