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Ateneu de Lisboa mantém sede no Palácio dos Condes após acordo com investidor para "reabilitação total"
O Ateneu Comercial de Lisboa garantiu a manutenção da sua sede na Rua das Portas de Santo Antão após ter alcançado um acordo com um investidor. O espaço terá também uma componente imobiliária.
O Ateneu Comercial de Lisboa garantiu a manutenção da sua sede na Rua das Portas de Santo Antão após ter alcançado um acordo com um investidor, indicou esta quarta-feira a instituição.
O Ateneu encontra-se, desde 2012, num processo de insolvência e implementou um plano de recuperação judicial. Em comunicado, a instituição refere que "em consequência da insolvência o Ateneu está encerrado há mais de 10 anos e o Palácio dos Condes de Povolide apresenta atualmente um elevado estado de degradação".
O acordo alcançado com um "parceiro e investidor local" permite ao Ateneu manter-se no edifício histórico, para onde se mudou em 1895.
"A alternativa era o clube ficar sem sede, fechar de vez e extinguir-se definitivamente. Com a aceitação da nossa proposta junto do atual parceiro e investidor local será possível manter a sede do Ateneu nas suas históricas instalações, preservar algumas das suas atividades lúdicas e associativas bem como manter todo o seu espólio", assinala Joaquim Faustino, presidente do Ateneu, citado no comunicado. "Com esta solução logra-se também manter os postos de trabalhos dos nossos funcionários", acrescenta.
O projeto prevê a alteração do uso do edifício histórico, incluindo a sua "total reabilitação". A intenção é que coexistam três componentes no espaço: cultural, zonas verdes de utilização pública e imobiliária.
O Ateneu Comercial de Lisboa ficará proprietário de parte do palácio, "preservando a sua sede e com atividades lúdicas para os seus associados". A instituição pretende ainda "criar um espaço onde se possa expor o espólio de diversos clubes de bairro já desaparecidos da cidade de Lisboa, contribuindo assim para a preservação da memória e herança imaterial".
O projeto aloca parte do jardim do palácio para "fruição publica" e "ligará aquela zona de Lisboa ao jardim do Torel".
A arquiteta Ana Costa, responsável pelo projeto do Palácio dos Condes de Povolide, considera que "a oportunidade de poder participar num projeto que voltasse a dar dignidade ao palácio não apenas numa ótica de recuperação dos salões históricos mas sobretudo na recuperação dum modo de viver e da memória do "nosso Ateneu", foi um desafio especial".
"A ideia de encontrar uma combinação de usos que o devolva ao público e mais importante ainda, a preservação dum espaço "vivo" dedicado ao Ateneu e à preservação da memórias da cultura de clubes similares, é, sem dúvida, uma abordagem que nos interessa também como cidadãos", refere ainda.