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Assembleia pede ao Governo para proibir venda do Ateneu de Lisboa
A recomendação da Assembleia da República dá seguimento a uma petição online para que o edifício do Ateneu Comercial de Lisboa seja “devolvido” à comunidade e não transformado num hotel de luxo.
A Assembleia da República não quer que o Ateneu Comercial de Lisboa seja transformado num hotel de luxo.
Por isso mesmo, recomenda ao actual Governo que "impeça qualquer operação de alienação do Palacete dos Condes de Povolide", pode ler-se no Diário da República desta segunda-feira, 8 de Agosto.
Os deputados querem também que o imóvel seja classificado como património de interesse público e que o Executivo, em diálogo com a Câmara de Lisboa, consiga manter o edifício "aberto à comunidade, recuperando os fins a que os seus fundadores o destinaram".
Por fim, recomenda-se ainda ao Governo a criação de um grupo de trabalho entre os vários ministérios para avaliar e estruturar um plano de intervenção para recuperar o edifício do Ateneu Comercial de Lisboa.
Em Março deste ano, o Negócios escreveu que o edifício viraria hotel de luxo, uma vez que o processo de insolvência do Ateneu Comercial de Lisboa definia a venda do edifício para um fim hoteleiro.
Nessa altura, decorria uma petição online – que seria enviada à Assembleia da República – numa tentativa de evitar que o desfecho fosse a transformação do edifício numa unidade hoteleira. A petição pedia que se mantivessem e recuperassem todas as actividades culturais, recreativas e desportivas que a instituição dedicou à comunidade.
O Ateneu Comercial de Lisboa – localizado na Rua das Portas de Santo Antão - foi fundado em 1880, com um forte pendor cultural e desportivo. Desde 1926 que o Ateneu é considerado uma Instituição de Utilidade Pública.
Em Fevereiro, a agência Lusa escrevia que o Departamento de Investigação e Acção Penal está a investigar o processo de insolvência do Ateneu Comercial de Lisboa, na sequência de uma queixa por alegada gestão danosa.
A queixa foi apresentada pelas únicas arrendatárias do Ateneu, que exploram o bar Primeiro Andar. Segundo Liliana Escalhão explicou à Lusa na altura, o seu contrato de arrendamento "foi feito um mês antes de ser declarada insolvência".