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AECOPS prevê quebra de 12% na construção
A AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas prevê que a contracção da produção do sector da construção civil e obras públicas deverá atingir 12% durante o presente ano.
A AECOPS – Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas prevê que a contracção da produção do sector da construção civil e obras públicas deverá atingir 12% durante o presente ano.
Os resultados do inquérito mensal promovido pela AECOPS, em colaboração com a UE, voltaram a reflectir, em Novembro, «um forte pessimismo por parte dos empresários, os quais tornaram a emitir opiniões muito negativas sobre o ritmo de produção das suas empresas (saldo de respostas extremas [SER] médio de menos 31%, durante os primeiros onze meses do ano, face a menos 18% apurados no período homólogo de 2002)».
Segundo a AECOPS, este pior desempenho teve a sua origem no segmento da construção de edifícios, tanto na vertente residencial como na não residencial, já que a apreciação do ritmo de produção das empresas que se dedicam a obras de engenharia civil foi, em Novembro, menos desfavorável do que em igual mês de 2002 (SER de menos 37% e de menos 17%, em Novembro de 2002 e de 2003, respectivamente).
«Em termos acumulados até ao final de Novembro, este é mesmo o único segmento que apresenta um resultado menos desfavorável do que no período homólogo do ano anterior, pois, no que diz respeito ao segmento da construção de edifícios residenciais, o saldo médio apurado até Novembro de 2003, menos 39%, foi bem mais negativo do que em 2002 (menos 21%), tal como no caso da construção de edifícios não residenciais (saldos médios de menos 4% e de menos 36%, durante os primeiros onze meses de 2002 e de 2003, respectivamente)», acrescenta a AECOPS.
O desempenho negativo do sector é ainda corroborado pela utilização menos intensiva da capacidade produtiva instalada nas empresas, 79,1% e 75,8%, em termos médios acumulados até Novembro de 2002 e de 2003, respectivamente.
Ainda de acordo com a AECOPS, a nível de perspectivas futuras de produção, o mês de Novembro veio acentuar, claramente, o pessimismo já manifestado anteriormente pelos responsáveis do sector.
Assim, o valor apurado em Novembro para as perspectivas de produção, menos 35%, é o mais negativo dos obtidos desde Março último, contribuindo para que, em termos acumulados para os primeiros onze meses do ano, o saldo médio se situe em menos 24% (menos 23% em igual período do ano passado).
«De igual modo, quer as perspectivas de evolução futura do emprego, quer a evolução esperada para os preços a praticar são em termos acumulados até Novembro, mais desfavoráveis do que em 2002», sublinha a AECOPS.
O investimento público em construção registou, em 2003, uma tendência negativa, pese embora os indicadores do mercado das obras públicas, designadamente os concursos abertos, estejam ainda a conhecer crescimentos em número e valor.
Assim, e não obstante o crescimento registado pelos concursos abertos durante os primeiros meses de 2003, a tendência negativa evidenciada desde Maio levou a que, em termos acumulados para o período de Janeiro a Novembro, o número e valor das obras promovidas tenham apresentado aumentos pouco expressivos (10,8% e 3,9%, respectivamente, face a igual período de 2002).
«Por outro lado e no que concerne aos concursos adjudicados, a evolução ao longo de 2003 foi completamente inversa. De facto e após os fortes decréscimos observados no princípio do corrente ano, vieram a registar-se, desde o início do segundo semestre, significativos acréscimos, em volume, das obras entregues, o que contribuiu para que em termos acumulados, para os primeiros onze meses de 2003, o número e valor dos concursos adjudicados viessem a conhecer, não ainda uma evolução positiva, mas sim uma tendência menos desfavorável do que a observada no início do ano, com quebras de 11,7%, no número, e 14,8% no valor, no período em análise, comparativamente aos mesmos meses do ano anterior», destaca a AECOPS.